As eleições presidenciais deste ano no Brasil deixaram os empresários apreensivos em relação ao que aconteceria na economia brasileira e de que forma isto afetaria os negócios internacionais. Mas, uma recente pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) apontou que 90% das empresas espera um crescimento de aproximadamente 5% nas relações internacionais do próximo ano.
O diretor da DC Logistics Brasil, Guilherme Mafra, avalia que de janeiro a outubro de 2018, houve uma retomada gradativa dos negócios, em relação ao ano anterior, pois, de fato a economia está se recuperando. “Mas as incertezas pré-eleições haviam represado investimentos. Muitos destes começaram a ser definidos em novembro, aumentando significativamente os negócios no fim do ano” afirma Mafra.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), na primeira semana de dezembro de 2018, a balança comercial registrou superávit de US$ 2,019 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 5,667 bilhões e importações de US$ 3,649 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 225,635 bilhões e as importações, US$ 171,957 bilhões, com saldo positivo de US$ 53,677 bilhões.
As expectativas são positivas, pois, o novo governo prevê menor intervenção no mercado, o que incentiva os investimentos e a geração de empregos. “Isso abre um ciclo virtuoso de aumento de demanda e oferta. Mais produtos e insumos serão importados para suprir esta demanda, e a competitividade que as empresas irão adquirir com a escala em suas produções, aumentará as exportações”, ressalta Mafra.
Relações internacionais
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2018 o Brasil foi o país que mais adotou medidas para abrir seu mercado para produtos estrangeiros. No total, foram adotadas 16 medidas para facilitar o comércio, incluindo reduções de tarifas de importação, suspensão de algumas barreiras e incentivos para exportadores. Em certos casos, os impostos de importação foram eliminados, como no caso de vacinas e outros remédios. Produtos químicos, bens de capital e outros setores também foram beneficiados. “Com certeza estas medidas darão um incentivo a mais para as empresas, porém, o Brasil deve investir na diminuição de burocracias que não agregam valor e causam custos desnecessários ao consumidor e aos empresários”, comenta Mafra.
Correntes de comércio
Hoje a maior corrente de comércio do Brasil é com a China. Em seguida vem os Estados Unidos com números semelhantes. Há chance destas posições se inverterem, devido ao maior alinhamento do presidente eleito com o atual presidente americano. “Isso tem um efeito estratégico positivo para o Brasil. Os demais mercados provavelmente manterão suas correntes, em aumento proporcional aos 5%”, ressalta Guilherme.