Diretor do DEAP de SC fala sobre as providências tomadas em relação à fuga de presos

Entrevista DEAP 29-01-15 (1)

Fotos: Luciano Bernz

Na manhã desta quarta-feira (28), o Diretor do DEAP (Departamento de Administração Prisional) de SC, Leandro Lima, concedeu uma entrevista para três veículos de imprensa, um deles, OBlumenauense. Ele veio acompanhar de perto, as providências para apurar os fatos que envolveram a fuga em massa de presos por um túnel no Presídio Regional de Blumenau.

O Luciano Bernz, fez a entrevista no Aeroporto Quero Quero, momentos antes que o avião do Corpo de Bombeiros o levasse de volta para Florianópolis. Lima estava amparado por um forte esquema de segurança. Seguem os tópicos extraídos da entrevista.

Leandro Lima DEAP (1)Estrutura do atual presídio e construção do novo

Lima reconheceu enfaticamente, que o Presídio Regional de Blumenau apresenta deficiências estruturais, que não comportam mais com a demanda das atuais exigências de uma unidade prisional.

Construído inicialmente para atender 320 presos hoje tem 900. Ele disse que nos próximos dias deve ser lançada a ordem de serviço para a construção do novo presídio, mas ainda há um único documento pendente na FAEMA de Blumenau para ser analisado. A partir disso, deve ser lançado o edital da obra que deve começar a resolver o problema definitivamente.

Equipe da corregedoria em Blumenau para apurar se houve negligência

Lima lembrou, que a parte estrutural do presídio, não afasta a gravidade do problema. Foi um fato extremamente grave, que mobilizou a equipe da corregedoria. Ele estava inclusive acompanhado da delegada Carolina. Os profissionais da corregedoria, foram deslocados de Florianópolis durante a madrugada para o presídio, para fazer perícia e tomar todas as providências para identificar se houve negligência, falta de procedimento e de que maneira se conseguiu executar uma fuga dessa magnitude sem ser percebido. Considerou um fato lamentável, que deve ser apurado de maneira exemplar.

Questionado sobre o DEAP ter alguma informação de que poderia haver essa fuga, ele disse que não sabia de nada. Sobre boatos de que o próprio diretor do presídio sabia de algo, Leandro Lima disse que o diretor do presídio afirmou não ter qualquer informação sobre uma fuga dessa envergadura.

Levantamento dos presos que fugiram

Lima disse que passou a madrugada toda em Blumenau, fazendo um levantamento de todos os presos que fugiram. O objetivo inicial era fazer uma contagem para confirmar se realmente eram 26 presos (depois foram acrescentados mais dois). Para tanto, foram conferir de cela em cela, cubículo em cubículo, alojamento por alojamento. Nessa Galeria onde houve a fuga, tem oito celas, duas em cada compartimento. E foi em apenas uma dessas celas que tudo aconteceu.

Com os dados atualizados em mãos, logo depois do meio dia, o nome e as condenações dos apenados iriam ser divulgados. Todos os dados tinham sido repassados para as polícias civil e militar, para que tivessem todas as informações a respeito desses 26 detentos, que já tinha sido confirmada a fuga.

Periculosidade dos presos

Quanto o grau de periculosidade dos foragidos, pelas informações levantadas até aquele momento, todos eram presos de média periculosidade. Quando fugiram, estavam de uniforme. Mas essa fuga não foi feita de uma hora para outra e sim muito bem planejada. Provavelmente haviam comparsas lá fora, esperando próximo ao presídio, que deixaram roupas escondidas em algum lugar estratégico. Afinal se estivessem com uniforme do presídio, seria mais fácil identificá-los como foragidos.

Agentes penitenciários de plantão

Existem aproximadamente 14 pessoas trabalhando no presídio, além de outras 8 nos postos de vigilância armada. Segundo o diretor do DEAP, o número atende à necessidade, já que a maior demanda desse presídio é para o regime semi aberto, e essa fuga foi de presos do regime fechado. Mas Lima reconheceu que nunca é de maneira extremamente satisfatória, já que sempre faltam agentes penitenciários para fazer as tarefas.

A organização mundial do trabalho, reconhece que essa é a segunda profissão mais difícil do mundo. O número desses profissionais, deveria ser sempre um pouco superior ao ideal. Já que assim, é possível substituir aqueles que precisam se afastar por razões de saúde, férias ou licença. Até mesmo por algum tipo de tratamento de saúde adquirido por conta da atividade profissional.

Estiveram na entrevista coletiva a repórter Danúbia de Souza da TV RIC Record e  Charles Espig da Rádio Clube de Blumenau, além de Luciano Bernz de OBlumenauense.

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