Dias municipais e suas (in)utilidades

 

 

Por João Paulo Taumaturgo

Em uma rápida pesquisa na internet você descobre que o Brasil tem leis de dias municipais dos mais improváveis. Em São Luís por exemplo comemora-se o Dia do Regueiro, com festival e tudo. Os vereadores de Teresina já foram mais ousados, tentaram aprovar o Dia Mundial do Oceano, mas ficaram com medo dos questionamentos internacionais.

Tem dias úteis e dias nem tanto: Dia do Abraço, Dia dos Taxistas (Ideia para as Câmaras do Brasil: Dia dos motoristas de aplicativo), Dia da Lavadeira, Dia da Cebola e por aí vai.

Uma lei que institui um dia, na minha visão, só faz sentido se fomentar um evento que mantenha frequência anual e celebre o tema da data. É o caso do Dia Municipal do Jovem Empreendedor, instituído em Blumenau no mês de Junho de 2016 e celebrado no dia 10 de Novembro. De lá para cá já foram realizadas palestras sobre empreendedorismo para mais de 4.500 jovens de ensino médio através do Inovamente, evento realizado pelos núcleos jovens das entidades empresariais da cidade, que foram provocados através da criação da legislação.

Instituir um dia apenas por instituir não faz sentido, banaliza, perde a graça, vira piada. É mais ou menos como aqueles prêmios onde você paga pra ser o vencedor, todo mundo sabe que não vale nada, mas ao mesmo tempo finge que é legal.

É claro que a coluna foi motivada pela ideia de criação do Dia Municipal do Reino do Garcia, que só pelo nome já é uma piada pronta. Reino que depende de lei municipal para ser reconhecido não é soberano, o que não é o caso do Garcia. Vida longa ao Rei Kó.