Por Fabiana Fuck (@psicofabianafuck) | Psicóloga Parental
Dando continuidade ao tema sobre estilos parentais, hoje conheceremos o segundo estilo: Permissividade.
Existe uma crença errônea de que, para não ser autoritário devemos ser permissivos, ou seja, o oposto. Esse é o grande vilão da parentalidade.
Pais permissivos não dão limites para não estarem errados, ou simplesmente por não desejar vê-las tristes.
Saibam que, para criança o não ter limites é muito ruim, é difícil, ela quer limites, se sente segura com eles.
Vamos pensar juntos: Pense que no seu relacionamento com seu esposo (a) não haja acordos, como por ex. não trair, não mentir, etc…, como você se sentiria?
É importante que, você leia limites desta forma, como um acordo. E não sob o olhar do autoritarismo, da hierarquia, ok?
Limite é segurança também, é prova de amor, é estar preocupado com o outro, olhando, não deixando “solto”. A criança sem limite se sente solta, abandonada, e por se sentir abandonada estará o tempo todo buscando atenção, ser vista, e fará de tudo para conseguir isso.
Quando somos permissivos, acabamos por permitir exatamente todas as demandas da criança, por não saber como resolvê-las, como ser assertivo, por não compreender o que ela exatamente está solicitando, ou seja, quando somos permissivos, não estamos conectados, agimos de forma inconsciente.
Porque quando estamos conectados, conseguimos ajudar a criança a se regular emocionalmente e compreender que determinado desejo dela não pode ser atingido naquele momento por ex., quando estamos conectados sabemos validar os sentimentos e emoções dos pequenos, conseguimos perceber o que se passa, conseguimos acolher e ensina-los, temos o faro apurado para entender os problemas da criança, sentimos.
Permissividade é evitar o conflito e isso é abandonar, não entenda aqui que você deve conflitar, mas a criança não tem capacidade de compreensão de algumas situações, e você é o responsável por instrui-la, com amor e paciência, a acalmando e não permitindo aquilo que não seja possível ou benéfico.
Pense que, quando surge uma situação entre você e seu filho, onde por ex ele insiste por algo inapropriado, se você estiver conectada, consciente, conseguirá fazer uma leitura da situação e momento, saberá como ele responderá as suas falas e atitudes, observará, pensará, saberá sugerir alternativas, ainda que a criança insista você estará conduzindo, estará amparando e acolhendo, e não permitindo para que ela não grite ou chore (evitando o conflito), e consequentemente, não aprenda.
Quando cessamos um problema da criança por ela, não a estamos ensinando a resolver.
Crianças com pais permissivos, tendem a desenvolver seus próprios valores, por falta de orientação.