As centrais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atenderam 161 mil ocorrências no segundo semestre de 2018. “Não há muito tempo para pensar. Você é acionado, entra na viatura, coloca os cintos, fala no rádio que está em J9 e vai para a ocorrência”, descreve a enfermeira do Samu de Santa Catarina, Lorraine Cichowicz, que já atua há dois anos na área. “Ouve-se a sirene ao longe e as pessoas já intuem que o socorro está a caminho. Este é o nosso trabalho, todos os dias”, destacou.
Para a maior parte dos catarinenses, a verdade é que as ambulâncias correspondem a totalidade do serviço, algo que não é apenas o que o SAMU faz. São 8 Centrais de Regulação espalhadas pelo Estado, que recebem mais de mil ligações por mês – estima-se que, só na região de Florianópolis, o número de ligações ao dia passe de 300 chamadas. Muitos casos já são regulados pela própria Central, os outros são respondidos com os chamados de ambulâncias para atendimento, o que é conhecido pelos profissionais como J9 – saindo da base para atendimento. Só no ano passado, as Centrais regularam mais de 161 mil ocorrências de julho até dezembro de 2018, conforme relatório estatístico divulgado agora em janeiro.
Os números
De acordo com relatórios do segundo semestre de 2018, a Central de Regulação de Joinville atendeu 29 mil ocorrências no total, sendo a região com mais ocorrências no Estado, junto com a Grande Florianópolis, que também atendeu cerca de 29 mil casos. Blumenau atendeu 28 mil casos, seguida por Criciúma, com 22 mil, Balneário Camboriú 19 mil, Lages 13 mil, Joaçaba 11 mil, e Chapecó, com 10 mil. Segundo o relatório, igualmente, os dias com maiores demandas em média são as segundas-feiras.
Em todos os relatórios, os atendimentos apontam que a faixa etária de 20 a 39 anos é a que mais necessita do serviço – 25,51% em Blumenau, 36,27% em Balneário Camboriú, 24,26% em Lages, 27,89% em Joaçaba, 29,95% na Grande Florianópolis, 23,65% em Criciúma, 26,93% em Chapecó e 29,48% em Joinville. Os casos são divididos em clínico adulto, clínico pediátrico, gineco-obstétrico, psiquiátrico e causas externas.
No tempo resposta, além disso, as oito macrorregiões atenderam os procedimentos com média de 20 minutos de atendimento para baixo – do acionamento na base até a chegada na vítima. O menor registro foi em Joaçaba, onde a média mensal é de menos de 10 minutos do acionamento para o atendimento. Há campanhas no Governo do Estado de Santa Catarina desde o ano passado para os veículos cederem passagens para viaturas oficiais, algo que diminui o tempo resposta.
Os dados são do jornalista Andrey Lehnemann, do Centro de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.