Caso dos respiradores em SC: força-tarefa cumpre 35 mandados em 4 estados

 

 

 

 

Na manhã deste sábado (9/05/20), uma força tarefa da Operação 02 (oxigênio) começou a cumprir 35 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens. A ação estava sendo realizada em 12 municípios dos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. Os trabalhos fazem parte da investigação que apura crimes cometidos contra a administração pública, no processo que dispensou licitação para aquisição emergencial de 200 respiradores por R$ 33 milhões.

O dinheiro foi pago de forma antecipada, sem a exigência de qualquer garantia ou as mínimas cautelas quanto a verificação da idoneidade e capacidade de entrega da empresa vendedora. Até o momento, as investigações identificaram que a fraude envolvia um sofisticado esquema criminoso, com corrupção de agentes públicos, falsidade ideológica em documentos oficiais, criação de empresas de fachada administradas por interpostas pessoas e lavagem de dinheiro.

Todos os detalhes da investigação estão sob sigilo, e o que foi revelado até agora, não compromete o trabalho. As instituições de controle e repressão lamentaram que tudo isso esteja acontecendo no meio de uma pandemia, mas reforçaram a importância de que tudo seja apurado independentemente de qualquer circunstância.

O trabalho só mobilizou as autoridades depois da publicação de uma reportagem no site Intercept Brasil. Depois disso, o serviço de inteligência do Tribunal de Contas do Estado começou a apurar todo processo. Segundo o MPSC, todos os órgãos públicos vinculados ao governo de Santa Catarina tem colaborado com os trabalhos.

A força-tarefa é composta por Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC). A operação envolve cerca de 100 policiais civis, militares e rodoviários federais. Também colaboram com as investigações a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Ministério Público do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Mato Grosso e o Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina, além da Corregedoria do Corpo de Bombeiros Militar de SC.