A infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) é uma doença que afeta principalmente as vias aéreas superiores e os pulmões, sendo especialmente perigosa para crianças prematuras. Para combater essa ameaça, a Policlínica Lindolf Bell, em Blumenau, adotou a aplicação de um anticorpo monoclonal específico, o palivizumabe, que já protegeu 93 crianças desde sua implementação.
O serviço, que começou a ser ofertado na unidade há menos de três meses, é regulamentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para acessar o protocolo, os pais ou responsáveis devem procurar a unidade de saúde de referência, onde um médico preencherá o formulário de solicitação. Este pedido é então encaminhado para a Farmácia de Alto Custo, que, após verificar a documentação, envia para a Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIAF) para avaliação. Todo o processo leva cerca de cinco dias úteis.
Uma vez aprovada a solicitação, a coordenação de medicamentos agenda a data e horário para a aplicação do palivizumabe na Policlínica, localizada na Rua 2 de Setembro, 1.234. Para garantir a segurança e a eficácia da aplicação, as crianças são pesadas duas vezes: uma na semana anterior para calcular a dose e outra no dia da aplicação para ajustar a quantidade.
As doses subsequentes do palivizumabe devem ser administradas em intervalos de 28 a 32 dias, totalizando até cinco doses, dependendo da idade da criança e do mês de início da aplicação. Recém-nascidos internados podem receber a primeira dose a partir do sétimo dia de vida, caso apresentem critérios de uso e estabilidade clínica.
A vice-prefeita Maria Regina de Souza Soar destacou a importância desse serviço para a saúde pública local. “Em menos de três meses, mais de 90 crianças já foram beneficiadas com o palivizumabe, demonstrando o compromisso da gestão em proteger os recém-nascidos de alto risco,” afirmou.
A secretária de Promoção da Saúde, Jaqueline Mocelin, ressaltou que crianças prematuras e com doença pulmonar crônica são mais suscetíveis à infecção respiratória grave, necessitando de hospitalização em 10% a 15% dos casos. “O palivizumabe é essencial para este público devido ao sistema imunológico imaturo, reduzindo significativamente as taxas de hospitalização e a necessidade de oxigênio,” explicou.
Segundo a Nota Técnica Conjunta 1/2022, a aplicação do palivizumabe reduz de 45% a 55% as taxas de hospitalização em crianças imunizadas e diminui a duração das internações e a necessidade de oxigênio.
Critérios para receber o Palivizumabe
- Crianças prematuras nascidas com idade gestacional de até 28 semanas e 6 dias, com menos de 1 ano de idade.
- Crianças com menos de 2 anos com doença pulmonar crônica, displasia broncopulmonar ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica.