A humanidade por trás dos uniformes catarinenses em ação no Rio Grande do Sul

A sensação de pisar em um terreno instável, muitas vezes repleto de lembranças de vidas interrompidas, exige mais do que preparo físico; demanda um coração forte e uma mente focada.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

Em meio ao caos e à devastação, estão os heróis de uniforme e seus fiéis companheiros caninos. As roupas identificam as corporações em que atuam, sejam dos bombeiros (militares e voluntários), das diferentes policias (Civil e Militar), do Exército ou da Defesa Civil.

No cenário desolador do município de Cruzeiro do Sul, no Rio Grande do Sul, os bombeiros militares de Santa Catarina (CBMSC) enfrentam diariamente o desafio de caminhar sobre escombros, na árdua missão de encontrar vítimas desaparecidas.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

A sensação de pisar em um terreno instável, muitas vezes repleto de lembranças de vidas interrompidas, exige mais do que preparo físico: demanda um coração forte e uma mente focada.

A presença dos binômios, duplas formadas por bombeiro militar e cão de busca, é crucial. Esses animais, com seu faro apurado e dedicação incansável, tornam-se parceiros essenciais na procura por sobreviventes e vítimas. A equipe especializada em Intervenções em Áreas Deslizadas (IAD) usa os drones para intensificar os esforços para garantir que cada centímetro dos escombros seja minuciosamente vasculhado.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

O quarto contingente do CBMSC, que chegou ao estado vizinho na segunda-feira (20/05/24), já está plenamente envolvido nas buscas na Comunidade Santarém. Esses profissionais também são pais, filhos, irmãos e esposos; que sentem cumprem sua missão de resguardar outras vidas, ou dar a despedida digna de que era querido e partiu cedo.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

Resultados Concretos

Desde o início das operações no Rio Grande do Sul, em 1º de maio, foi enviado um contingente de 135 bombeiros militares e 11 cães de busca. Essas forças tarefas estão equipadas com 42 viaturas, 40 embarcações, 19 motores de popa, dois caminhões, um Auto Posto Comando, uma mini-escavadeira e um quadriciclo.

Além disso, drones e equipamentos especializados para busca e resgate em áreas inundadas e deslizamentos complementam o arsenal tecnológico à disposição. Os números refletem a magnitude do esforço: até o momento, 3.024 pessoas foram resgatadas e 550 animais salvos.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

Infelizmente 19 pessoas que estavam desaparecidas foram encontradas sem vida. Três delas, graças ao trabalho incansável dos binômios, demonstrando a importância desses parceiros de quatro patas.

A operação do CBMSC no Rio Grande do Sul é um trabalho de organização e logística. Cada membro da equipe, desde os bombeiros militares até os operadores de drones, trabalha em sinergia para garantir a eficiência das missões de resgate.

Os profissionais envolvidos são treinados não apenas para lidar com situações de emergência, mas também para atuar com sensibilidade e empatia em momentos de crise. A união de habilidades técnicas com a capacidade de oferecer conforto e apoio às comunidades devastadas é o que torna o trabalho do CBMSC um exemplo de dedicação e humanidade.

Às vezes, o final de uma jornada de trabalho é compensada por um belo entardecer. Outras, o dia nasce com o céu limpo, poucas nuvens, que felizmente não estão carregadas com chuva.

Foto: sargento Duan Pedroso da Silva do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina