Julio Pollhein
Para celebrar a data de hoje — 19 de agosto — Dia Mundial da Fotografia vale considerar o que afirmou o jornalista e professor, Pedro Karp Vasquez em seu livro: “A Fotografia do Império”. O autor conta que Dom Pedro II foi o primeiro no Brasil (1840) a praticar fotografia com um daguerreótipo que ganhou de presente aos 14 anos.
Daguerreótipo: equipamento fotográfico inventado pelo francês Louis Daguerre em 1839, [25 minutos para captura de imagem]. Sendo o primeiro equipamento construído em escala comercial. O processo da daguerreotipia foi descoberto e desenvolvido inicialmente por Joseph Niépce em conjunto com o próprio Daguerre a partir de 1826 [oito horas para captura de imagem].
Além de ser o primeiro brasileiro a tirar uma fotografia na primeira metade do século XIX, Dom Pedro II instituiu no Brasil o título de “Photographo da Casa Imperial” [iniciativa copiada pela rainha Victoria da Inglaterra].
A nomeação foi concedida a partir de 1851 aos melhores fotógrafos do país, entre eles, o francês: Revert Henrique Klumb [professor de fotografia da Princesa Isabel]. Nas viagens do Imperador, a comitiva também passou a contar com um especialista em temas locais e um fotógrafo.
Na época, a fotografia ainda estava concentrada inteiramente na produção de retratos que era a principal fonte de renda dos fotógrafos de trabalhos feitos principalmente para os nobres da corte.
A imagem tornara-se um símbolo referencial de status social — a burguesia explorava a possibilidade de eternizar os momentos de glória por meio de registros fotográficos.
Dom Pedro II fez a primeira “Selfie” do Brasil
Em uma carta, o Imperador revelou o segredo de ter conseguido um autorretrato. Ele posicionou sua câmera fotográfica em uma mesa e com uma corda amarrada a ela, puxou o dispositivo para tirar a foto — a corda passava por dentro de suas roupas e a mão dentro do seu paletó a puxou.
A fotografia passou a ser o instrumento de divulgação da imagem de Dom Pedro II, “moderna como queria que fosse o reino”, comenta Lilia Moritz Schwarcz no livro: “As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos” (1998).
Patrocínio à fotografia: Devido ao seu interesse no assunto, tornou-se um grande colecionador, além de promover a arte e a técnica fotográfica, ajudando decisivamente o desenvolvimento da fotografia no país.
Ao deixar o Brasil em 1889, após a proclamação da República, o imperador D. Pedro II doou à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro seu acervo pessoal com cerca de 25 mil fotografias.
O autor é graduado em Jornalismo; Especialista em Novas Mídias, Rádio/TV; Mestre em Desenvolvimento Regional e estudante de Direito. Atua como jornalista/fotógrafo e professor de fotografia.