Por Claus Jensen
Na noite da última terça-feira (24/5/16), cerca de 60 pessoas conheceram ou relembraram momentos de sua Blumenau. A exibição das películas de Willy Sievert que retratou as décadas de 50 à 80 tem surpresas interessantes. Uma delas é a visita do ministro Delfim Neto para Blumenau e cenas do ex-prefeito Renato Vianna no final dos anos 70.
Imagens mostravam as jovens candidatas a miss em cidades do litoral e tentávamos imaginar como estariam agora. Provavelmente hoje avós ou muitas não já estão mais entre nós.
As ruas, casas e espaços estavam do jeito que nossa memória congelou no tempo. Estar ao lado do casal de amigos Evandro Nardelli e Lili Müller, sendo o filme sem som, permitiu uma agradável troca de lembranças, quase um jogo de fragmentos tentando reconhecer os locais. Isso porque não há legenda explicando o que se vê. Quem viveu aquela época, reviveu no que viu.
Na antiga Famosc, onde hoje está o Parque Vila Germânica, uma feira têxtil mostra estandes bem confeccionados. Cenas de um rodeio promovido por um centro de tradição gaúcha em Blumenau, lembram que a cultura riograndense há muito tempo encanta os blumenauenses. No fundo de onde é realizado o evento, hoje Parque Ramiro Ruediger, aparecem os morros e a região que é estranha para quem só conhece o local há duas décadas.
Cenas retratando enchentes em diferentes épocas são constantes. É nelas que também vamos percebendo as antigas construções, todas sob a água barrenta do Rio Itajaí Açú. Quando Willy Sievert passa com sua câmera, vários moradores em varandas acenam com um sorriso, mostrando que o blumenauense consegue sorrir em meio a tragédia. Nos filmes em preto e branco, carroças se arriscam a passar pelas ruas inundadas.
O projeto foi idealizado pelo neto de Willy Sievert, o arquiteto Sávio Abi-Zaid, responsável por recuperar as obras cinematográficas do avô. A cada troca de filme manual, Sávio passava informações de datas e acontecimentos. Teve até distribuição gratuita de pipoca. A ideia é que se torne uma exibição mensal às 19h, para incentivar a vinda de pessoas idosas.
O local em que os filmes foram exibidos, era perfeito, com um clima não formal, em uma área do Offcina Café Coworking, na Rua Iguaçú, próximo a Cremer, bairro Itoupava Seca. Mas segue a sugestão de colocar cadeiras “normais”, porque algumas altas acabaram atrapalhando a visibilidade de quem estava atrás.