Estádios da Copa, como a Arena Castelão, receberam muitas críticas por causa do alto investimento público nas obras. E tem quem ache certo fazer o mesmo em Blumenau. Foto: Divulgação
A polêmica é antiga, ganhou força na última semana por tudo o que aconteceu, fechamento do Sesi e tal. Todos conhecem a história, não preciso aqui recapitular.
Estádio novo em Blumenau? Pode ser, mas com qual dinheiro?
Se for com dinheiro público, fim de papo: sou contra como sempre fui, desde que milito nesse tal de jornalismo esportivo.
É questão de coerência, pois quem sempre criticou os nababescos estádios da Copa do Mundo, pagos quase que na totalidade com dinheiro que não deveria estar lá, não pode agora defender que governo, qualquer governo, coloque de pé um estádio em Blumenau. E ando observando muita gente que malha o pau nos rumos dos estádios da Copa e, ao mesmo tempo, cobra um estádio na sua cidade com dinheiro público, seu, meu, nosso.
Repito, sou contra como sempre fui. Fim. E não me interessa o argumento de que “outras cidades no passado ganharam”. Entendo o calor da situação, a sensação de quem está se sentindo prejudicado pelos fatos recentes, mas desde quando um erro justifica outro? Se outros fizeram assim, erraram. Que vivam com isso. Papel de governo é fomentar a prática esportiva para o maior número possível de pessoas, sejam atletas ou pessoas comuns através de espaços públicos (parques, por exemplo). Hoje, por estar atuando ainda mais próximo disso, tenho mais certeza de que o caminho é esse.
Blumenau até pode ter um novo estádio (sinceramente, questiono a necessidade em função da constante média de público nos jogos, seja do Metrô, do BEC, de qualquer um). Mas que seja via iniciativa privada, como já se pensou em fazer no passado (havia até o projeto, em parceria com uma empresa do Equador, onde hoje está o Olímpico).
Prefiro o caminho do entendimento definitivo com o Sesi. A estrutura que já existe lá é de causar inveja em 99% das cidades brasileiras. Se o estádio será ampliado, se ele passará a ser administrado pelos clubes, se fará parte de um projeto maior de desenvolvimento do esporte, o debate é válido. E aí sim os poderes podem participar, como incentivadores de algo maior do que simplesmente fazer um (caro) estádio de futebol.
Minha opinião.
Por Rodrigo Braga
Publicado originalmente em blogbragarodrigo.wordpress.com