O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de dezembro de 2013 apresentou variação de 0,92% e ficou acima da taxa de 0,54% registrada em novembro. É o maior IPCA mensal desde abril de 2003, quando atingiu 0,97%, e, ainda, o maior IPCA dos meses de dezembro desde 2002 – cujo resultado havia sido de 2,10%. O ano de 2013 fechou 5,91%, acima dos 5,84% do ano anterior.
A gasolina, cujo impacto foi de 0,15 ponto percentual no índice, e as passagens aéreas, com 0,12 p.p., constituíram-se nos destaques individuais do mês. Juntos, somando 0,27 p.p., estes dois itens se apropriaram de quase um terço (29%) da variação do IPCA. A alta nas bombas é reflexo do reajuste de 4% ocorrido nas refinarias a partir de 30 de novembro. Com isto, o grupo Transporte apresentou alta de 1,85% em dezembro e foi responsável por 0,35 p.p. do índice, apresentando a maior variação e o mais expressivo impacto de um grupo na inflação de dezembro.
O grupo Despesas Pessoais vieram logo após o grupo Transporte, com alta de 1,00%, acima dos 0,87% de novembro. Os rendimentos dos empregados domésticos pressionaram com variação de 0,86%. Outros serviços ficaram mais caros, destacando-se cabeleireiro e manicure, com 1,99% e 1,55%, respectivamente.
Nos Artigos de Residência, que subiram para 0,89% ante 0,38% em novembro, destacaram-se os eletrodomésticos, com aumento de 1,78%, e os serviços de conserto e manutenção da casa, com 1,06%.
Os grupos Alimentação e Bebidas (de 0,56% em novembro para 0,89% em dezembro) e Comunicação (de 0,40% para 0,74%) também subiram mais do que no mês anterior, enquanto Saúde e Cuidados Pessoais repetiu a taxa de 0,41% já registrada em novembro.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apresentou variação de 0,72% em dezembro, acima do resultado de 0,54% de novembro. Com isso, o ano de 2013 fechou em 5,56%, consideravelmente abaixo da taxa de 6,20% relativa ao ano anterior.
Elevação surpreende
O nível de aceleração dos preços verificado no último mês do ano de 2013 surpreendeu. É natural uma elevação de preços em função do Natal, entretanto, a magnitude deste ano foi superior ao esperado. Três foram os principais responsáveis por esse movimento: combustíveis, passagens aéreas e alimentos.
Pelo lado dos combustíveis, o efeito da alta do preço nas refinarias no final de novembro foi bastante mais significativo do que o aguardado. Já nas passagens, o início dos reajustes de preços em função da Copa do Mundo – muitas vezes abusivos – já começou. Por fim, a alta do grupo Alimentação e Bebidas deve-se, majoritariamente, ao Dólar mais elevado, isso em razão de que vários produtos agrícolas, como a soja e o milho, são cotados nessa moeda.
Por fim, o mercado de trabalho extremamente aquecido também continuou pressionando a elevação dos preços, principalmente nos serviços. Quanto à inflação anual (5,91%), cujo resultado foi maior que em 2012, continua preocupando bastante. Mesmo o governo controlando os preços administrados – aqueles que necessitam de aprovação governamental para ser aprovado –, desonerando produtos e reduzindo tarifas, o índice de preços novamente afastou-se do centro da meta do Banco Central (4,5%).
via FECOMÉRCIO