Na tarde desta quinta-feira (19) Luciano Bernz entrevistou o músico, violonista e diretor de cultura da Fundação Cultural de Blumenau, Carlos Schrubbe. Ele nos falou dos projetos da fundação e também dos pessoais, para fomentar a cultura em nossa cidade.
OBlumenauense: Carlos, quais os projetos para 2015 na área da cultura para Blumenau?
Carlos Schrubbe: O objetivo desta gestão na Fundação Cultural é abrir a casa para os artistas, deixando a instituição cada vez mais próxima deles. Queremos que venham e frequentem a casa. Temos uma série de projetos, provenientes do primeiro edital de ocupação que a fundação tem em sua história. Lançado no fim do ano passado e finalizado há aproximadamente uma semana atrás, o edital prevê a ocupação do espaço da Fundação por artistas e fomentadores de cultura.
Eles serão convidados para utilizar alguns espaços. Mas isso ainda vai ser amplamente divulgado em nossos canais de comunicação. O público também terá acesso às oficinas, cinemas e a várias atividades de ordem artística.
No dia 5 de março, tem início a primeira temporada de exposições do MAB (Museu de Artes de Blumenau). Serão cinco temporadas de exposição ao longo do ano, e consideramos um evento muito importante para a cidade. Teremos também a Temporada Blumenauense de Teatro (TBT), que terá um espetáculo em cartaz por mês ao longo do ano.
Outra novidade para 2015, será a reforma total do teto da Fundação Cultural. Com isso, os problemas com goteiras em chuvas fortes vai ficar resolvido. Também quero lembrar, que a fundação possui um aplicativo para Android e iOS, além do site e a página no Facebook, onde as pessoas podem ter informações atualizadas sobre os trabalhos da Fundação Cultural.
A fundação, como um todo, se coloca a disposição e está aberta para os artistas que quiserem produzir seu show, concerto, exposição, oficina, ensaio, reunião, entre outros.
OBlumenauense: O projeto VilaEnCantos continuará acontecendo durante este ano?
Carlos Schrubbe: O Vila EnCantos é um projeto pessoal que não tem ligação com meu cargo de diretor de cultura, mas irá continuar sim. Esse ano o projeto entra na terceira fase. Terá início no próximo dia 12 de Março no Teatro Carlos Gomes com o Gala Konzert, que terá a participação da Cristiane Roncaglio, que é blumenauense, mas mora em Berlim. Ela estará acompanhada pelo barítono Roman Trekel e pela pianista Alevtina Sagitullina.
Será um grande concerto, inédito em Blumenau, com árias clássicas e românticas. É um evento de gala, no sentido da produção do espetáculo. Obviamente isso não quer dizer que é preciso ir com traje de gala. A produção de grandes concertos em outros locais da cidade que não seja a Vila Itoupava, também é uma novidade.
A primeira fase Vila EnCantos foi de educação e teve a proposta de incentivar as pessoas de estudarem música, para entenderem como é o universo dela e da arte como um todo. Essa fase nunca termina. A segunda fase, continua com um concerto todos os meses lá na Vila Itoupava.
Em Abril, nomes como Juliana Müller, iniciarão a fase de concertos lá na vila. Teremos também o violonista William Pofahl, banda Pororoca, Quinta Essentia Quarteto de flautas, além de outros nomes programados para esta série de 2015 na Vila Itoupava. E agora nesta terceira fase, o desafio será de colocar esses grandes concertos e fazer eventos de notoriedade na cidade.
E virá uma quarta fase, que será para estabelecer o Vila EnCantos como uma empresa de produção de eventos corporativos, para que a música séria se torne também economicamente viável na cidade.
OBlumenauense: Qual você considera o maior desafio estando à frente da pasta como diretor de cultura da Fundação Cultural de Blumenau?
Carlos Schrubbe: O principal desafio com certeza é a falta de recursos e harmonizar essa dificuldade com a demanda que temos para produzir eventos. Acredito que a Fundação Cultural conseguiria resolver esse problema se conseguíssemos nos aproximar mais da iniciativa privada. Talvez esse seja o grande desafio, conseguir parcerias firmes, que durem por muito tempo.
É assim que as secretarias de cultura dos grandes centros fazem. Essa ligação com a iniciativa privada é muito importante. Outro grande desafio é fazer os artistas se compreenderem como um grupo. Hoje a maioria dos artistas não se enxergão assim. É uma sugestão que exige uma posição um pouco empreendedora individualmente. Se os artistas compreenderem a sua inserção em um grupo, eles vão perceber que a atividade será mais prazerosa e também lucrativa.
OBlumenauense: Como músico e empreendedor cultural, qual o compromisso que você assumiu consigo mesmo em termos de conquistas para a cultura da cidade?
Carlos Schrubbe: Quando fui convidado para assumir a diretoria de cultura da cidade, tive que fazer uma escolha que afetou meu ego. Eu sou violinista e vinha estudando instrumentos diariamente, de duas a três horas por dia. A minha carreira era para ser violonista de carreira. Então, tem que valer a pena exercer uma atividade em troca do meu sonho, realizando-o por intermédio de outras pessoas.
Então o compromisso que assumi comigo mesmo, é que tem que valer a pena largar o violão, algo que eu tinha como muito concreto na minha cabeça, desde os doze anos. Sempre sonhei em tocar na Europa e ser um bom violinista. Então, tem que valer a pena exercer uma atividade em troca do meu sonho e realizando esse sonho em outras pessoas.
OBlumenauense: Blumenau é privilegiado por ter uma banda municipal que é exemplo para muitos municípios. Quais os projetos para a banda neste ano de 2015?
Carlos Schrubbe: O compromisso que tenho com a fundação é o mesmo que tenho com a banda. Tentar vincular ela com empreendedores que tenham interesse em ajudar. Esse empreendedor que quiser ajudar terá a disposição, uma das únicas bandas do Brasil que tem uma formação de Banda Noel. A única banda do estado que tem uma formação de Big Band de Jazz tradicional. Ainda tem a formação de Banda de Rua e de Banda Alemã, Stadtkapelle, que é a formação apresentada na Oktoberfest de Blumenau.
Temos um projeto especificamente institucionalizado, que é a temporada 2015 da Banda Municipal de Blumenau. Ela reúne todas as atividades que a banda faz ao longo do ano. São os concertos didáticos, que explicam para: escolas, grupos e público em geral, como é o repertório e a formação da banda. Temos também os ensaios abertos, que são feitos: na praça em Dr. Blumenau, e em diferentes espaços da Fundação Cultural, para que as pessoas possam acompanhar como funcionam os ensaios de uma banda como essa.
Teremos o concerto de aniversário, que realizamos no meio do ano para comemorar o aniversário da banda, que completa 53 anos e no final do ano um grande concerto de Natal com a Banda Noel.
Edição: Claus Jensen
