Santa Catarina enfrenta desabastecimento de soros antipeçonhentos e antirrábico

Nota técnica alerta sobre o uso racional e estratégias de distribuição para mitigar impacto na saúde pública em 2025.

Foto: José Cruz [Agência Brasil]

Na primeira quinzena de dezembro de 2024, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, emitiu uma nota técnica informando o desabastecimento dos soros antivenenos e antirrábicos humanos no estado.

A produção desses insumos está limitada ao Instituto Butantan, exigindo uma gestão criteriosa para atender à população em casos de acidentes com animais peçonhentos ou transmissores de raiva. Nesta segunda-feira (6/01/25), a assessoria de imprensa do estado confirmou ao portal OBlumenauense que a situação se mantém a mesma.

A distribuição dos soros segue critérios definidos pelo Ministério da Saúde (MS), que considera a situação epidemiológica, estoques nacionais e estaduais, e dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A nota reforça a necessidade de notificar todos os acidentes, com preenchimento completo das fichas, para assegurar a priorização no envio de insumos.

Cronograma de entrega em 2025:

  • Janeiro – dias 14 e 31
  • Fevereiro – dias 13 e 27
  • Março – dias 17 e 27
  • Abril – dias 15 e 29
  • Maio – dias 15 e 29
  • Junho – dias 12 e 26
  • Julho – dias 15 e 30
  • Agosto – dias 14 e 28
  • Setembro – dias 15 e 29
  • Outubro – dias 16 e 30
  • Novembro – dias 13 e 27
  • Dezembro – dia 15

Logística e Recomendações Os soros devem ser armazenados na rede de frio das Gerências Regionais de Saúde (GERSAS), sendo distribuídos conforme a demanda. Nenhum imunobiológico pode permanecer inutilizado nas unidades hospitalares e deve ser recolhido imediatamente caso não seja aplicado. As GERSAS devem manter estoques mínimos, incluindo:

  • 12 ampolas de soro antibotrópico (picadas de jararaca) grave por unidade hospitalar.
  • Estoques adicionais de tratamentos anticrotálicos (20 ampolas) e antielapídicos (10 ampolas).

Em situações emergenciais, os técnicos das GERSAS devem garantir que os imunobiológicos sejam enviados com a máxima agilidade. A nota também orienta os profissionais médicos a consultarem o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC) pelo telefone 0800 643 5252 para condutas clínicas adequadas.

Situação em Blumenau

Em Blumenau, todos os hospitais afirmam que recebem os soros diretamente da Vigilância Epidemiológica do município. Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura informou: “Temos em estoque alguns tipos de soro antiofídico, especialmente contra a jararaca, que é o caso mais comum na região, além de soros contra coral e cascavel, por exemplo.”

Quanto ao soro antirrábico, a aplicação está sendo realizada apenas em casos de acidentes envolvendo animais silvestres, seguindo as orientações da nota técnica do Governo do Estado. Em casos envolvendo animais domésticos, a aplicação não está sendo feita. Felizmente há poucas ocorrências. Por exemplo, no Hospital Santo Antônio, o último paciente em que houve necessidade da utilização de soro antiofídico (contra cobras) foi no dia 13 de dezembro (2024).

Calendário e Monitoramento O envio de informações sobre os estoques de soros deve seguir um calendário bimestral, com datas predefinidas para 2025, e as planilhas devem ser preenchidas até às 19h nos dias indicados. O monitoramento é essencial para evitar atrasos e garantir a reposição oportuna dos tratamentos necessários.

Diante de estoques críticos, a Secretaria de Saúde reforça a importância do uso consciente e estratégico dos imunobiológicos, priorizando casos de maior gravidade e reduzindo riscos à saúde pública em Santa Catarina.


 

 


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