Monitoramento da cigarrinha-do-milho indica baixa incidência na safra 2024/25 em SC

O ataque desses insetos infectados com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho.

Foto: Divulgação FAEP/SENAR-PR/Sistema CNA

A incidência da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina permanece baixa, de acordo com o nono boletim de monitoramento da safra 2024/25. As lavouras catarinenses de milho ainda se encontram nos estágios iniciais, fator que contribui para o controle do inseto.

Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), informou que nesta nona semana foram identificados insetos infectados com o fitoplasma do enfezamento vermelho, além do vírus-da-risca e do vírus do mosaico estriado. Por outro lado, não houve detecção do espiroplasma responsável pelo enfezamento pálido.

A cigarrinha-do-milho, ao ser infectada por esses patógenos, pode causar sérios danos às lavouras, comprometendo a produtividade das plantações de milho. Desde o início de 2021, o monitoramento da situação é realizado pelo programa Monitora Milho SC, criado para acompanhar e reduzir os riscos associados a essa praga.

Segundo um estudo da Epagri, Santa Catarina pode aumentar sua produção de milho em 1,04 milhão de toneladas sem ampliar a área plantada, apenas com melhorias no manejo. A produtividade média de milho no estado é de 6,9 toneladas por hectare, mas pode chegar a 11,1 toneladas por hectare com práticas agrícolas aprimoradas.

Essa produção adicional é crucial para atender à demanda interna do estado e contribuir para a economia local, gerando empregos e renda para as comunidades rurais. Além disso, o milho é um componente essencial na alimentação humana e animal, tornando-se um produto estratégico para a segurança alimentar da região.

Os enfezamentos do milho são doenças causadas por bactérias transmitidas pela cigarrinha-do-milho, que suga a seiva das plantas. Elas bloqueiam o transporte de nutrientes, fazendo com que as plantas fiquem menores, apresentem folhas secas e avermelhadas e produzam menos. Essas doenças são piores se a planta for infectada durante a polinização ou formação dos grãos, e não há tratamento para eliminá-las depois que ocorre a infecção.

O Monitora Milho SC é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, formado por várias instituições, incluindo a Epagri, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.