IPCA de julho sobe para 0,38% impulsionado por gasolina, passagens aéreas e energia elétrica

Inflação acumulada em 12 meses atinge 4,5%, no limite superior da meta do Banco Central; alimentos registram queda e aliviam pressão inflacionária.

Foto: Marcello Casal [Agência Brasil]

Em julho, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,38%, superando o índice de 0,21% de junho. O aumento foi impulsionado principalmente pelos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9/08/24).

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma variação de 4,5%, alcançando o limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o índice soma 2,87%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA, sete apresentaram alta de preços de junho para julho. O grupo de transportes foi o que mais pressionou a inflação, com alta de 1,82%, impactando o índice geral em 0,37%. A gasolina, com aumento de 3,15%, representou o maior impacto individual (0,16%), influenciada pelo reajuste de 7,12% anunciado pela Petrobras no dia 8 de julho.

As passagens aéreas, que subiram 19,39% em julho, contribuíram com 0,11% do IPCA. Segundo André Almeida, gerente do IPCA, o aumento nos preços dos bilhetes foi favorecido pelas férias escolares do mês.

O grupo habitação também influenciou o índice, com alta de 0,77%, destacando-se a tarifa de energia elétrica residencial, que subiu 1,93%, representando um impacto de 0,08%. A mudança para a bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh, foi o principal fator para essa elevação.

Por outro lado, os preços dos alimentos e bebidas caíram 1% em julho, proporcionando o maior alívio para a inflação (-0,12%). O item alimentação no domicílio recuou 1,51%, marcando a primeira queda em nove meses. Essa retração foi impulsionada pela maior oferta de alimentos, resultando em reduções significativas nos preços de produtos como tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%) e batata inglesa (-7,48%).

O índice de difusão, que mede a parcela de produtos com aumento de preços, caiu para 47% em julho, o menor patamar desde setembro de 2023. Esse resultado reflete a queda nos preços dos alimentos, apesar da inflação ainda concentrar-se em itens de grande peso na cesta de consumo, como gasolina e energia elétrica.

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos. Em julho, o INPC foi de 0,26%, acumulando alta de 2,95% no ano e de 4,06% em 12 meses.