A Marinha do Brasil identificou a formação de uma depressão subtropical nesta sexta-feira (16/02/24) na costa do estado do Rio de Janeiro. A expectativa é que este sistema continue ganhando força e se transforme em um ciclone subtropical, conforme se desloca à sul.
Se isto ocorrer, este sistema será nomeado de Akará ao longo do final de semana. O último ciclone subtropical registrado pela Marinha ocorreu em maio de 2022, com o nome de Yakecan.
Trajetória e possíveis impactos
Este sistema deve se movimentar em direção ao sul, se localizando na latitude de Santa Catarina entre domingo (18) e segunda-feira (19), mas com seu centro posicionado distante, em alto mar.
Os modelos meteorológicos indicam uma possibilidade do ciclone se aproximar das regiões entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul no início da semana. Mas da forma como as previsões se encontram no momento, o impacto esperado está relacionado aos ventos, que devem ocorrer com intensidade moderada nas regiões costeiras, em especial entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul.
Nestas áreas há risco localizado para ocorrências como destelhamentos, queda de galhos e árvores e danos na rede elétrica. Além disso, o sistema também influencia as condições marítimas, com risco para navegação em Alto Mar, onde há expectativa de ondas entre 4,0 m e 5,0 m de altura. Nas proximidades das regiões do Litoral Sul e Grande Florianópolis, são esperadas ondas de 2,0 m com picos de até 2,5 m.
A Defesa Civil está monitoramento o sistema e as previsões podem sofrer alterações. Por isso é muito importante acompanhar diariamente as atualizações das previsões, notas, Avisos, além dos alertas emitidos pela SDC, EPAGRI e pelos órgãos oficiais de Meteorologia e Oceanografia, como o Instituto Nacional de Meteorologia e a Marinha do Brasil.
O que caracteriza um Ciclone Subtropical
Os Ciclones Extratropicais são os mais comuns no sul do Brasil, sendo observado ao longo de todo o ano, mas principalmente durante o inverno. Associado a ele temos a presença de frentes frias e quentes, sistemas meteorológicos que têm papel importante na distribuição de chuvas e nas características do clima.
Por outro lado, a formação de Ciclones Subtropicais e Tropicais é atípica na região, pois são formados a partir de outros mecanismos, necessitando de temperaturas da superfície do mar mais elevadas, por conta disso, são observados majoritariamente nos meses mais quentes do ano.
Outra diferença essencial é sua estrutura, os Ciclones Extratropicais são assimétricos verticalmente, enquanto os Subtropicais e Tropicais são simétricos. Em uma simplificação, pode-se dizer que os Ciclones Extratropicais são inclinados, e os Subtropicais e Tropicais são alinhados verticalmente. Essa característica fica nítida nas imagens de satélite, em especial nos ciclones tropicais, sendo possível observar um “olho” no núcleo do sistema.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina