A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta sobre os riscos dos chamados desafios promovidos via internet, divulgados rapidamente por meio de imagens, vídeos ou jogos online e em diferentes plataformas.
Esses desafios podem causar risco à vida, à integridade física e psicológica e, em alguns casos, fatalidades ou danos irreversíveis a crianças e adolescentes. A entidade alerta que muitos desses desafios têm como objetivo estimular a prática de comportamentos de risco e autoagressivos, muitas vezes sob a falsa impressão de atitude inofensiva ou de brincadeira.
A SBP cita pesquisas observacionais realizadas nos Estados Unidos, na França e no Brasil que descreveram mais de 100 maneiras de nomear esses desafios. Entre os padrões de comportamento de risco mais frequentemente identificados entre os adolescentes estão práticas de sufocamento, asfixia ou apneia; práticas de autoagressão ou heteroagressão; e ações como o uso de pílulas mágicas com teor desconhecido de pó branco ou colorido, jantares com detergentes como bebidas e pastilhas de sabão como refeição, engolir chips e bolinhas magnéticas e dangerous selfies, dentre outras.
A SBP recomenda a atualização da comunidade médica, especialmente dos pediatras, para que possam orientar, durante as consultas, sobre prevenção dos riscos e segurança online. A entidade ressalta ainda a importância da conscientização sobre riscos online para os educadores escolares, psicólogos e profissionais da área de saúde mental que trabalham com crianças e adolescentes em diferentes comunidades e circunstâncias.
Os pais também são responsáveis legais e morais pelos cuidados dos filhos e precisam estar presentes na supervisão das atividades deles nas redes digitais, com regras claras na convivência diária sobre segurança, privacidade, bloqueio de mensagens inapropriadas, violentas ou discriminatórias, que possam causar danos físicos ou mentais, e com a orientação para a não prática de desafios.
Em resumo, a SBP destaca a importância de estar alerta na análise dos “desafios perigosos” e das consequências dos “jogos mortais”, pois em uma sociedade em que a força do corpo e do poder faz parte da cultura, é comum testar os próprios limites como prova de coragem sem medir as consequências do perigo.