Um total de 260 pessoas responderam ao questionário cultural, lançado em abril pela prefeitura e distribuído ao público-alvo pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e Conselho Municipal de Política Cultural. O mapeamento ficou aberto durante um mês à espera dos dados, que servem para conhecer a realidade do setor diante da pandemia e busca orientar sobre encaminhamentos, visando minimizar os efeitos causados pela pandemia.
A proposta reflete o impacto da COVID-19 no segmento cultural de Blumenau. As informações apontam que 91% dos que responderam ao questionário tiveram eventos culturais, atividades e serviços cancelados ou adiados, por causa da pandemia mundial.
Os efeitos atingiram um total de 8.755 eventos/serviços, somando um valor aproximado de R$ 13,5 milhões de déficit, sendo que R$ 2,5 milhões não são reembolsáveis. “Esse valor gira em torno de toda a economia criativa”, observa o secretário de Cultura, Rodrigo Ramos. “O cenário aponta para o que poderá se repetir nos próximos meses, já que muitos eventos vão continuar não acontecendo ou serão cancelados definitivamente. É uma economia que deixa de circular na cidade em vários setores.”
As respostas do formulário seguirão também para a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), Fundação Catarinense de Cultura e para o Conselho Estadual de Cultura, que usarão os dados na tentativa de liberação de recursos via parcerias estaduais. Os artistas e/ou produtores da economia criativa cultural, que não responderam ao questionário e que eventualmente tiverem necessidade de fazer o cadastro, podem procurar a SMC que fará as devidas orientações.
Programas de auxílio
Para tentar minimizar os prejuízos, a Secretaria de Cultura e o Conselho acionou o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes). A partir dos dados coletados, a Secretaria de Cultura estará orientando este público quanto aos serviços disponibilizados pela política de assistência social. Os casos que apresentam demanda emergencial serão encaminhados à Semudes para atendimento, onde profissionais irão identificar as vulnerabilidades vivenciadas em cada caso e, havendo direito, será oportunizado o acesso a benefícios municipais e/ou inscrição em programas federais, como por exemplo, no CadÚnico, Programa Bolsa Família, bem como, orientação quanto ao acesso ao auxílio emergencial.
“Importante esclarecer que o acesso ao Programa Bolsa Família é de competência do governo federal. A partir da inscrição no CadÚnico, cada um tem suas particularidades e com isso estamos buscando encaminhá-los para atendimento na SEMUDES, onde os profissionais da área social, com apoio a partir dos dados já coletados, tomarão conhecimento das demandas sociais vividas pelo nossos artistas”, antecipa Rodrigo Ramos.
Em junho deve ser pago o Prêmio Herbert Holetz. Além disso, a SMC já trabalha com o lançamento do próximo edital que deve ocorrer no último trimestre de 2020. “É uma forma de darmos continuidade ao apoio e o compromisso já acordado com a comunidade cultural”, esclarece o secretário.
Nos próximos dias, também será lançada a Vitrine Cultural Virtual, que é voltada inicialmente para artesãos cadastrados no Programa de Artesanato do município. A intenção é de valorizar, divulgar e oportunizar o comércio de produtos e bens locais. A Vitrine deve prosseguir para colocar também outros artistas, dos mais variados segmentos, salienta Rodrigo Ramos.
A Secretaria de Cultura, seguindo as orientações sanitárias, vai disponibilizar o auditório Edith Gaertner o Espaço Elfy Eggert para gravações das atividades dos artistas locais. “Muitos precisam de uma sala e de um apoio de espaço para produzir lives, clipes e outros materiais de divulgação digital”, diz o secretário.
Por Sérgio Antonello [SECOM/BNU]