Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, foi confirmado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para a pasta da Ciência e Tecnologia. O tenente-coronel da Aeronáutica, atualmente na reserva, promete usar suas experiências e relações com outros países, para um intercâmbio positivo com vários setores do Brasil.
Após o resultado das eleições, Pontes fez questão de valorizar seu currículo acadêmico e profissional para demonstrar seu preparo caso fosse confirmado no ministério. “Geralmente o pessoal acha que o astronauta está flutuando, mas esquece de ver a carreira toda que está por trás. Sou administrador, com ênfase em administração pública, coisa que pouca gente sabe. Sou bacharel em ciências aeronáuticas, engenheiro formado pelo ITA, tenho pós-graduação na área de integração de sistemas, tenho trabalhado com a NASA há 20 anos nessa área”, declarou em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Pontes garantiu também que teve a oportunidade de conhecer muito sobre ciência e tecnologia, dentro e fora do Brasil, e está apto para conduzir o setor no país. “Sou empresário também. Quando você investe em alguma coisa, você quer resultado daquilo. Quando um contribuinte investe seu dinheiro em Ciência e Tecnologia, com impostos, tem que ter um resultado da quilo. Esse resultado pode ser em produção de riquezas ou na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Podemos interferir positivamente nos dois lados”, afirmou.
O futuro ministro destacou a importância da tecnologia em setores com o agricultura e para ajudar a resolver os problemas da seca, enfatizando a integração com outros ministérios. “Todos os lugares que você olha, vê muita tecnologia. Vamos fazer essa aproximação muito maior no dia a dia das pessoas.”
Marcos Pontes fez questão também de lembrar que é embaixador da ONU para desenvolvimento sustentável, e que não teve nenhum cargo político até agora. Prometeu que, ao assumir a pasta, entrará em contato com autoridades de suas relações como o Pedro Duque, ministro da Ciência e Tecnologia da Espanha, também astronauta, e Julie Payette, governadora geral no Canadá, com quem dividia sala na NASA.
O presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu R$ 10 bilhões para os projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Atualmente, o cargo é ocupado por Gilberto Kassab.