Texto: Andrey Nazareno Juttel
O cachorro estava preso dentro de um tubo de drenagem pluvial na Rua Heirich Goldacker (Transversal da Rua Jequié) desde segunda feira (24/09/2012) . Segundo os moradores, bombeiros estiveram no local na quarta-feira (26/09/2012) para que fosse feita uma avaliação das condições que teriam para resgatar o animal. Mas os bombeiros disseram à eles, que por estar dentro da tubulação, quem deveria resolver o problema era a prefeitura.
A APRABLU, onde sou voluntário, através da Dona Úrsula me comunicou na quinta feira (27/09/2012) durante o meu horário de almoço. Eu estava em casa, que é próximo ao local. Assim que fui notificado, fui ao local para verificar a veracidade do fato e então tomar a medidas cabíveis para providenciar o resgate do animal.
Depois de verificada a veracidade do problema, fui ao “rancho” da prefeitura localizado na Rua São Paulo, solicitar ajuda através de uma retroescavadeira, já que foi tentado escavar com uma pá, mas iria demorar para retirar o animal. Pedi autorização para o engenheiro responsável pela área, o qual prontamente cedeu o maquinário e pessoal para executar o resgate. Como a hora do almoço deles estava acabando, em poucos minutos ocorreu à mobilização e foram até o local.
Após escavarmos, apareceu a cabeça do que estava morto, mas depois descobrimos que havia mais um animal dentro dos tubos, e estava vivo. Aí eu entrei na vala para ajudar o Sr. Ademir, que estava quebrando os tubos. Como ele estava com receio da reação do cachorro, fiquei junto para mostrar que não tinha perigo. Eu empurrava e às vezes segurava a cabeça do cachorro para o Sr. Ademir alargar o buraco e o animal poder sair. Consegui colocar uma guia no cachorro e o puxei para facilitar a saída.
Uma vez resgatado, o cachorro foi encaminhado à uma clínica veterinária para tratamento, afinal ficou três dias preso dento da tubulação. Ele necessitava hidratação, comida e remédios. Ele foi carinhosamente chamado de “TUBO”.
Foi um trabalho de equipe para que o cachorro pudesse ser salvo, onde todos deram a sua contribuição. Desde o morador que telefonou avisando a presença do animal para alguém da ONG (até ali se pensava que era somente um), o engenheiro responsável pela manutenção da área, o fiscal encarregado do “rancho” da Prefeitura, o operador da retroescavadeira, todos os serventes e pedreiros da URB que ali estiveram. Mas principalmente ao Sr. Ademir, que foi quem pegou mais no pesado com a marreta e ponteira.
O trabalho do pessoal não terminou quando eu levei o cachorro para a clínica veterinária, pois teve ainda que ser repostos tubos novos no lugar dos quebrados e reaterrada a vala para dar trafegabilidade na rua. Até hoje é imensurável a gratidão que possuo por estas pessoas que ajudaram no resgate do cachorro.
Algumas pessoas (na internet) chegaram a criticar o empenho no resgate, chegando a dizer que era um desperdício de tempo e material público. Respondi a estas pessoas que mesmo deixando de lado a paixão pelos animais, a retirada dos animais de dentro da tubulação também era uma questão de manutenção para o Município. Ele atrapalhariam o fluxo da água nos tubos, além do problema do fedor de matéria apodrecendo dentro da tubulação.
Já tentei algumas vezes contato por e-mail e Facebook, com uma prima do dono, na esperança de ir ver como o animal está. Mas não obtive respostas dela. Foi através de uma mulher que assistiu o vídeo no Youtube, que foi feita “a ponte” com o primo que era dono dos cães.
Vejas os vídeos: