A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulgou nesta quinta-feira (15/02/18), o terceiro boletim de 2018, sobre a situação da febre amarela (FA) no estado. Os dados desses dois primeiros meses, também incluem a vigilância de epizootias em macacos e reações adversas pós-vacinação. Epizootias são doenças que ocasionalmente são encontradas em uma comunidade animal e que se disseminam com grande rapidez, apresentando um grande número de casos.
Entre os dias 1º janeiro a 14 de fevereiro de 2018, foram notificados 19 casos suspeitos de febre amarela em Santa Catarina. Apenas um deles foi confirmado por exame de laboratório, os outros 16 foram descartados (8 por exames de laboratório e 8 pelo critério clínico epidemiológico). Ainda há dois exames cujos resultados estão sendo aguardados.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Quando há um caso humano suspeito com sintomas compatíveis com Febre Amarela, ele deve ser comunicado em no máximo 24 horas, por telefone ou e-mail às autoridades de saúde, por serem doenças graves com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e internacional.
Tabela 1: Casos notificados de febre amarela, segundo classificação e evolução. SC. (01 a 14 Fev/18)
|
Classificação |
Casos |
Óbitos | ||
|
n |
% |
n |
% |
|
|
Confirmados |
1 |
5 |
1 |
50 |
|
Autóctones |
0 |
0 |
– |
– |
|
Importados |
1 |
100 |
– |
– |
|
Descartados |
16 |
84 |
1 |
50 |
|
Em investigação |
2 |
11 |
– |
– |
|
Total Notificados |
19 |
100 |
2 |
100 |
| Fonte: SINAN NET (com informações até 14/02/2018). | ||||
Os dois casos em investigação no momento, viajaram para áreas com recomendação de vacina nos 15 dias antes do início dos sintomas (Minas Gerais e Espírito Santo). Nenhum deles se vacinou contra a febre amarela. A única morte confirmada no estado em função da doença, foi de uma mulher de Gaspar, que viajou para Mairiporã (SP), o que caracteriza um caso importado.
Os dois casos em investigação são de moradores de Joinville e Trombudo Central. As duas áreas não tem recomendação de vacina, mas eles viajaram para cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde ocorreram focos da doença.
Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos – PNH (macacos)
A vigilância de epizootias em PNH consiste em captar informações de animais mortos ou doentes, para detectar de forma preventiva a circulação do vírus da febre amarela. Isso permite tomadas de decisão para adotar medidas de prevenção e controle.
Do total de mortes registradas, 31 delas (37,34%) tiveram a causa do óbito indeterminada, ou seja, sem possibilidade de diagnóstico devido à ausência de coleta de amostras para análise. As outras 25 (30,1%) foram descartadas já que tiveram resultado negativo. Ainda existem 27 casos (32,5%) que permanecem sob investigação.
Os municípios que registraram epizootias no período de monitoramento de julho 2017 a junho de 2018 estão dispostos na figura 2. Até o dia 14 de fevereiro de 2018, o estado de Santa Catarina não registrou nenhuma epizootia confirmada por FA.
Historicamente, a maior frequência de óbitos de PNH ocorre entre os meses de dezembro a maio (período sazonal), momento em que os serviços de vigilância devem estar mais atentos à manifestação da doença tanto em humanos, quanto animais.
Sintomas adversos após a vacinação
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação e que normalmente não possui uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico. Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional, isto é, sintoma, doença ou um achado laboratorial anormal (CIOMS; WHO, 2012).
No período de 01 de janeiro a 14 de fevereiro de 2018, foram notificados 05 (cinco) casos suspeitos de evento adverso grave após a vacinação contra a febre amarela em Santa Catarina. Todos os casos notificados foram descartados.
