Após uma longa batalha pela vida, Weliton Zeferino, de apenas 24 anos, veio a falecer no último sábado (17/02/24). Esse foi o desfecho de uma história que teve início em outubro de 2017, quando o jovem seguia de motocicleta para um plantão no Corpo de Bombeiros Voluntários de Ilhota (SC), onde era aluno e estava quase se formando.
Mal ele imaginava que aquele dia mudaria completamente sua vida. Weliton acabou colidindo na traseira de um caminhão que estava estacionado às margens da via. Quando a corporação chegou para socorrê-lo, encontrou ele com traumatismo cranioencefálico exclusivo (TCE), além de fraturas na face e no corpo, hemorragia, além de outros ferimentos. Ele foi internado no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí (SC).
Após permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por quinze dias, a equipe médica já estava informando a família de Weliton sobre a possibilidade de ele não recuperar a atividade cerebral, com uma probabilidade de sobrevivência estimada em apenas 0,5%. Com base nessa avaliação, iniciou-se o protocolo para confirmar morte cerebral.
Durante os exames clínicos, foi observada a ausência de atividade neurológica no tronco encefálico. No entanto, na véspera do que seria sua última avaliação médica, e durante a visita rotineira de seus pais à UTI, Weliton apresentou um indício de consciência ao mover os olhos enquanto seu pai falava ao seu lado.
Weliton passou por uma arteriografia, o último exame, que desta vez mostrou fluxo sanguíneo cerebral, abortando assim o protocolo. Desde então, as pequenas evoluções diárias foram acontecendo, e depois de 450 dias na UTI, finalmente foi possível transferi-lo para sua casa.
Devido aos problemas causados pelo acidente, acabou ficando tetraplégico. Além de perder os movimentos, ele só conseguia respirar e se alimentar através de aparelhos (traqueostomia e gastrostomia).
Os bombeiros voluntários promoveram diversas ações para arrecadar fundos que pudessem auxiliar a família em prol de Weliton. Uma delas foi para arrecadar R$ 200 mil para a realização de uma cirurgia em Curitiba (PR), que pelo menos permitiria que voltasse a respirar.
No dia 3 de outubro de 2023, a família publicou uma foto no Instagram de Weliton informando que ele iniciara um tratamento contra uma bactéria resistente a vários antibióticos. Como o hospital público não fornecia a medicação especificada para essa bactéria, o tratamento estava sendo feito particularmente no hospital da Unimed.
Segundo a publicação na época, ele estava sendo levado duas vezes ao dia para aplicação da medicação, por 14 dias seguidos. Na ocasião, a família pediu ajuda para custear o tratamento. No entanto, o estado frágil de saúde e a batalha contra mais esse desafio o levaram a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Azambuja, em Brusque.
No último sábado (17), ele não resistiu e veio a falecer devido à falência múltipla de órgãos. O velório foi realizado na casa dos pais de Weliton, que tanto batalharam pela vida do filho. O rapaz é sobrinho do Comandante Carlos Rampelotti, que se mobilizou na tentativa de recuperar a saúde do sobrinho.
Por volta das 16h deste domingo (18), o Corpo de Bombeiros Voluntários realizou um cortejo até o Cemitério Municipal de Ilhota, para prestar a última homenagem. Estendemos nossos sentimentos a todos os familiares e amigos.