O presidente do Sindicato das Seguradoras de Santa Catarina (SindsegSC), João Amato, foi o anfitrião de um almoço especial realizado nesta terça-feira (20/08/24) no espaço de eventos do Restaurante Moinho do Vale, em Blumenau. O evento reuniu representantes do setor de seguros, autoridades e jornalistas, sendo uma oportunidade para discutir o futuro do mercado e as comemorações dos 100 anos do SindsegSC.
O convidado de honra do evento, Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). O ex-ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (2016 a 2018), ex-presidente do BNDES (2018) e ex-presidente da Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (ANEAA, de 2019 a 2022), trouxe ainda um olhar nacional sobre o setor segurador.
Mas antes do almoço, houve um encontrou com jornalistas quando Amato fez um balanço do desempenho do setor no primeiro semestre de 2024, destacando que o mercado segurador (excluindo Saúde Suplementar) desembolsou quase R$ 100 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios para consumidores e empresas até maio, um avanço de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Somente em maio, o valor desembolsado foi de R$ 22,6 bilhões, o maior já registrado em um único mês, impulsionado principalmente pelas fortes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, onde as indenizações somaram R$ 1,9 bilhão, um aumento de 175,2% em comparação a 2023.
Já Oliveira, destacou o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, além de abordar as ações e projetos que o setor segurador está desenvolvendo em resposta às mudanças climáticas. O seguro Automóvel foi um dos mais afetados pelas enchentes, com um aumento de 416,5% nas indenizações em maio, totalizando R$ 925,7 milhões.
Santa Catarina, que tem histórico de eventos climáticos extremos, também foi tema de discussão, com projeções sobre o impacto dessas mudanças no setor de seguros local. O mercado segurador no estado movimentou R$ 7,4 bilhões até maio de 2024, um crescimento de 12% em relação aos últimos 12 meses. O seguro Automóvel continua liderando com R$ 1,3 bilhão, enquanto os seguros relacionados a grandes riscos, como os de engenharia, apresentaram um aumento de 24,2% no mesmo período.
A relevância do mercado segurador no Brasil foi ilustrada por números que chamaram a atenção. Em 2023, foram contabilizadas 134 empresas seguradoras, 13 entidades abertas de previdência complementar, 914 operadoras de planos de saúde e 19 sociedades de capitalização, gerando 264 mil empregos diretos.
O setor desempenha um papel importante na economia nacional, tanto pelo pagamento de indenizações, que somaram R$ 467,9 bilhões no ano, quanto pela arrecadação, que atingiu R$ 669,5 bilhões. Segundo os dados repassados, o mercado segurador atua como um importante investidor institucional, financiando cerca de 25,9% da dívida pública nacional e administrando ativos financeiros que totalizam R$ 2,2 trilhões.
A arrecadação setorial corresponde a 6,2% do PIB brasileiro, com os impostos pagos pelo setor alcançando R$ 68,9 bilhões em 2023, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Esses dados sublinham o impacto econômico do setor segurador no Brasil, demonstrando seu papel estratégico no financiamento e na estabilidade econômica.
O evento também lançou o selo comemorativo aos 100 anos do SindsegSC, criado pela agência LMCO. A identidade gráfica simboliza a longevidade e continuidade da entidade. O encontro faz parte de uma série de ações planejadas para marcar o centenário do sindicato patronal, incluindo palestras, jantares, treinamentos e outras atividades direcionadas aos diferentes públicos do setor.
A história do SindsegSC começou em 28 de agosto, no ano de 1924, em Curitiba, no Paraná, quando foi criado o Comitê Mixto Paranaense e Santa Catharinense de Seguros. Para o sindicato, o centenário será uma oportunidade para reforçar o papel fundamental do setor no desenvolvimento do mercado em Santa Catarina e na flexibilidade frente às adversidades.
Confira a entrevista de Dyogo Oliveira e João Amato: