Com menos de um mês de vida, um filhote de bugio-preto está sendo visto por especialistas como uma esperança para a conservação da espécie. O pequeno nasceu no mês de junho no Zoo Pomerode, saudável e passa pelos cuidados da mãe.
Embora tão novinho, possui uma grande representatividade, já que vai na contramão das estatísticas apresentadas em 2021, quando foi registrada em Santa Catarina a morte de mais de 130 macacos fora de cativeiro, vítimas da febre amarela, sendo que mais de 620 casos chegaram a ser notificados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
“A doença infelizmente colocou vários grupos de primatas em risco de extinção. Até pouco tempo, era comum ouvir o ronco dos animais nas matas da região e isso está diminuindo. Por isso, esse nascimento é muito importante para a espécie”, explica o biólogo responsável técnico do Zoo Pomerode, Leandro Maciel. A equipe reforça que os macacos não transmitem a doença, mas sim os mosquitos, fazendo dos primatas as maiores vítimas.
O filhote nasceu de parto natural e recebe o tratamento diário da mãe, com o fornecimento de leite e cuidado com a sua higiene. “Como ele está saudável e passa bem, não foi retirado para checagem do peso ainda, pois isso poderia acarretar em sua exclusão do grupo”, esclarece o biólogo. Para garantir o seu bem-estar, a equipe do Zoo Pomerode redobrou os cuidados com o recinto, oferecendo uma dieta com mais cálcio e calorias, e medidas para minimizar os barulhos ou agitações do grupo.
Com esse nascimento, o Zoo Pomerode passa a contar com sete bugios-pretos, sendo cinco machos, uma fêmea e o pequeno novo morador que ainda não possui sexo definido. O cuidado com as espécies no local é tão grande que foram registrados outros quatro nascimentos entre 2015 e 2021.
Programa de conservação das espécies
Para que os animais do local sejam mantidos livres de doenças como a febre amarela, por exemplo, o biólogo explica que os animais que vivem no Zoo Pomerode contam com recintos recobertos com sombrite, atendimento integral e cuidado diário de limpeza a manutenção. “Todo monitoramento e atenção cotidiana minimiza a exposição deles à alguma situação e, em consequência, adoecem menos que os animais selvagens”.
O biólogo também esclarece que os animais do Zoo Pomerode estão inseridos em um programa de conservação das espécies. Cada animal possui um cadastro específico e acompanhamento integral para garantir que ele e seus descendentes diretos sejam preservados. “Eles poderão recolonizar áreas onde sua população foi dizimada pela febre amarela, se necessário”, finaliza.