O Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhauen, divulgou um depoimento do Sr. Haroldo Fenille, de 63 anos, que passou mais de 50 dias internado com Covid-19 em março de 2020. Ele conta que possui sequelas até hoje em decorrência da doença e do tempo de internação.
Após receber alta, ele voltou para casa e teve que continuar usando oxigênio artificial. A recuperação precisou de fonoaudióloga e fisioterapeuta, além de outros profissionais de saúde, para coisas simples, como reaprender a andar. Primeiro ele estava de cadeira de rodas, depois usou o andador, se apoiava nas pessoas e em objetos, para finalmente dar os seus passos sozinhos.
O Sr. Haroldo diz que perdeu 39% da capacidade do pulmão. O órgão ficou com sequelas como efizemas, bolhas de efizemas e cicatrizes. Na questão motora, a parte abaixo do joelho na perna esquerda ficou dormente e ele perdeu o movimento do pé, que depois de um ano de fisioterapia, está começando a mexer um pouco.
Apesar de não precisar mais utilizar direto o oxigênio artificial, ele ainda se sente muito cansado com necessidade para descansar constantemente. “Quando por exemplo saio do banho, eu primeiro preciso me sentar no vaso sanitário para me enxugar”, relatou Haroldo.
A esposa lembrou com agradecimento à equipe de enfermagem e médicos, essenciais para que a recuperação acontecesse. “Ao hospital só tenho que agradecer de joelhos àquele pessoal lá. Na UTI me trataram muito bem, até porque eu estava pelo SUS, e eu não vi nenhuma diferenciação (no atendimento) em relação ao particular”, completou.
Ele relatou também que tinha em média 7% de chance para sobreviver. “Fiquei com os apelidos de ‘O milagre do Marieta’ e Highlander de titânio’, porque só highlander não ia adiantar, tinha que ter titânio. O que podemos dizer para as pessoas. Se cuidar, senão consigo, pelo menos com os outros, seus amigos e familiares”, finalizou.
No vídeo também tem o depoimento do médico intervencionista, Dr. Marcos Costa, que relata profissionais que morreram de Covid-19 e trabalhavam no hospital Marieta Konder Bornhausen. “Nós perdemos um médico aqui. O Dr. Nelson Barrichello (de 71 anos) era uma pessoa sem precedentes. Nós perdemos mães enfermeiras, o porteiro e o funcionário da farmácia. Só que nesta guerra, o soldado é o agente da saúde. Se fosse uma guerra, os militares iriam nos defender. Neste momento somos nós que defendemos a sociedade, por isso clamamos que ela faça a sua parte, que tudo será melhor.”
Esse é um importante testemunho de quem se recuperou da doença e nos lembra que não é simplesmente só sair do hospital. Vale mais a pena respeitar as recomendações através dos cuidados (uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social, etc..) para evitar passar pelo que ele e tantos outros passaram.
Confira a entrevista completa: