Com as altas temperaturas do verão, rios, piscinas, lagos e praias se tornam refúgios para moradores e turistas. No entanto, essa busca por alívio no calor também aumenta o risco de afogamentos, uma das principais causas de morte acidental no Brasil. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tem registrado diversas ocorrências no estado e alerta para a necessidade de redobrar os cuidados para evitar tragédias.
Entre 21 de dezembro (2024) e 9 de fevereiro (2025), somente o SAMU atendeu 69 casos de afogamento em Santa Catarina. As regiões com mais registros foram a Grande Florianópolis (16 ocorrências), seguida do Sul (15), Norte/Nordeste (14) e Foz do Itajaí (14).
Os números mais recentes divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar evidenciam ainda mais a gravidade da situação. No balanço entre 16 de dezembro (2024) e 10 de fevereiro (2025) foram realizados 2.053 salvamentos por afogamento.
O fim de semana com maior número de ocorrências continua sendo o de pré-Réveillon (28 e 29/12/24), quando o índice foi quatro vezes maior que a média da temporada (410). O maior número de óbitos por afogamento, por sua vez, foi registrado entre os dias 1 e 2 de fevereiro, com 4 ocorrências.
Segundo Marcos Fonseca, superintendente de Urgência e Emergência, a maioria dos acidentes acontece em águas doces. “Nos rios, lagos e piscinas, geralmente não há salva-vidas ou pessoas treinadas para prestar socorro, o que aumenta os riscos”, explica.
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) aponta que, diariamente, 15 pessoas morrem afogadas no Brasil. Entre menores de 1 a 4 anos, o afogamento é a segunda principal causa de morte, sendo que, a cada dois dias, uma criança morre dentro de casa em decorrência desse tipo de acidente.
Prevenção é o melhor caminho
Grande parte dos afogamentos ocorre por falta de atenção, desconhecimento das condições do local e ausência de medidas preventivas. A conscientização e a adoção de cuidados básicos podem evitar essas tragédias.
Ensinar crianças a nadar desde cedo é uma forma eficaz de prevenção, assim como o conhecimento de primeiros socorros e reanimação cardiopulmonar (RCP), que pode ser crucial em emergências. Além disso, a supervisão constante de crianças e pessoas com dificuldades na água é essencial.
Em piscinas, a presença de um adulto atento é indispensável. Já em praias e rios, o ideal é sempre contar com salva-vidas qualificados. Respeitar as sinalizações de risco, evitar nadar sozinho e conhecer as condições do local também são medidas importantes.
Outro fator relevante é evitar o consumo de álcool antes de atividades aquáticas, já que ele compromete os reflexos e o julgamento, aumentando o risco de acidentes.
“A conscientização salva vidas. Pequenas atitudes fazem a diferença para evitar tragédias. Com medidas adequadas e responsabilidade, é possível reduzir significativamente os casos de afogamento e garantir um ambiente mais seguro para todos”, reforça Fonseca.
O que fazer em caso de afogamento
- Acione imediatamente o Samu (192) ou Bombeiros (183).
- Se não tiver treinamento, evite se arriscar no resgate e use objetos flutuantes para ajudar a vítima.
- Caso a vítima seja retirada da água, verifique se respira e, se necessário, inicie as manobras de reanimação até a chegada do socorro.
- Corrente de retorno: caso você saiba nadar, nade para o lado e após sair da corrente, você poderá voltar a nadar em direção à praia. Não tente nadar contra a corrente; esse é um erro comum, que pode levar à extrema fadiga rapidamente.
A prevenção e a atenção podem evitar tragédias. O verão pede diversão, mas também exige responsabilidade na água.