A fim de identificar os impactos da greve dos caminhoneiros no comércio no município, a CDL Blumenau fez um levantamento junto aos associados. Ao todo foram entrevistados estabelecimentos de sete segmentos: mercados, padarias, farmácias, instituições financeiras, móveis e eletrodomésticos, bazares e lojas de roupas e calçados. Os setores mais atingidos foram os de roupas, calçados, bazares, móveis e eletrodomésticos, mas em todas as áreas houve diminuição significativa nas vendas.
Por exemplo, no setor de móveis e eletrodomésticos, o mais afetado, a redução nas vendas para a maioria (60%) dos entrevistados foi de mais de 61%. No setor de roupas e calçados, para 60% dos entrevistados as vendas diminuíram em mais de 51%. Nos bazares, a redução nas vendas chegou a mais de 51% para 40% dos entrevistados.
Nos mercados, a variação foi atípica. De acordo com o levantamento, no início da greve houve um aumento nas vendas, mas, desde o fim de semana, o cenário vem mudando em alguns estabelecimentos da cidade. Para 57% dos entrevistados, houve a diminuição nas vendas. Destes, 33,3% disseram que a redução variou entre 41% e 50%.
Nas padarias, para 60% dos empresários a redução variou entre 21% a 30%. Enquanto nas farmácias, 80% dos entrevistados informaram que tiveram queda nas vendas. Deste total, para metade dos empresários a redução foi entre 21% e 50%.
Falta de produtos
Com relação ao fornecimento de produtos para os estabelecimentos pesquisados, os mercados foram os mais afetados. Todos eles deixaram de receber mercadorias, prejudicando as vendas aos clientes. Os principais produtos que estão em falta são frutas, verduras, carnes, ovos e leite.
Em seguida vem o setor de bazar. Para 80% deles, o fornecimento de produtos foi afetado, porém isso não prejudicou a venda de mercadorias aos clientes. As padarias e lojas de móveis e eletrodomésticos aparecem em terceiro lugar (60%) entre os mais afetados pela falta de recebimento de mercadorias.
Transporte
De forma geral, mesmo diante da redução dos horários do transporte coletivo e a falta de combustível na cidade, a maioria das empresas não registrou falta de funcionários. De acordo com os entrevistados, isso ocorreu por alguns motivos, como o colaborador morar perto do local de trabalho e a empresa disponibilizar transporte para buscar e levar os funcionários.
Outra medida adotada por alguns estabelecimentos foi a redução no horário de atendimento para garantir o ir e vir dos funcionários por meio do transporte público.
Avaliação
O presidente da CDL Blumenau, Helio Roncaglio, ressalta que os prejuízos ocasionados pela paralisação foram muitos nas mais diversas atividades do varejo e que será preciso muito planejamento e trabalho para contornar esse cenário. Roncaglio explica que agora é preciso trabalhar para tentar a recuperação financeira, o fortalecimento da parceria com os fornecedores e a credibilidade com os consumidores.
“É preciso pensar em estratégias de negociação com os fornecedores, pois os produtos ainda não chegaram as lojas, mas as notas referentes a essas compras já foram geradas. Quer dizer, a conta para o empresário vem antes da venda para o cliente final”, explica o presidente.
Roncaglio aponta ainda que os esforços, a partir de agora, precisarão ser redobrados. “É hora de rever o planejamento e aproveitar o Dia dos Namorados e a Copa do Mundo para promover ações que possam trazer melhores resultados”, finaliza.
Presidente da CDL Blumenau, Helio Roncaglio, ressalta que os prejuízos ocasionados pela paralisação foram muitos nas mais diversas atividades do varejo.
Com informações de Karin Bendhein, da CDL