Mil voluntários de Porto Alegre (RS), com idade entre 18 a 59 anos, participam da última etapa de testes da vacina brasileira contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Durante os testes, dois terços dos voluntários recebem a vacina e, no restante, é aplicado um placebo (sem medicamento).
No processo são utilizados vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos, já que assim a resposta imunológica tende a ser mais forte. Os vírus presentes na vacina não têm potencial para provocar a dengue. A vacina foi produzida para proteger contra os quatro sorotipos da dengue com uma única dose.
Caso o medicamento seja aprovado, ele será submetido à análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para em seguida ser produzido em larga escala e usada em campanhas de imunização. Nos próximos 5 anos, uma equipe médica vai acompanhar os efeitos da vacina para comparar a consistência da resposta imune entre os diferentes lotes da vacina.
O Butantan tem uma fábrica de pequena escala para produzir 500 mil doses da vacina por ano, que com algumas adaptações industriais, pode aumentar a capacidade para até 12 milhões. Já existe um projeto de construção de uma planta de larga escala para produção de 60 milhões de doses ao ano.
No total, os testes envolverão 17 mil voluntários em 13 cidades brasileiras. Além dos gaúchos, testes em Manaus (AM), Fortaleza (CE), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), São José do Rio Preto (SP) e São Paulo (SP); também estão em andamento.