No dia 27 de abril de 2024, a histórica Usina Salto Weissbach foi aberta para visitação em Blumenau. Inaugurada há quase 110 anos, a estrutura, localizada em Blumenau, ainda produz energia elétrica que abastece cerca de 14 mil unidades consumidoras na cidade. O mais incrível é saber que os equipamentos geradores foram adquiridos nas primeiras décadas do século 20.
Mais de 2.500 pessoas visitaram gratuitamente o espaço e ouviram atentamente as explicações dos funcionários, que detalhavam a função de cada máquina. A 5ª edição do Portas Abertas também foi marcada por uma série de apresentações culturais, ações de cidadania, exposições de arte e artesanato local.
O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, que também esteve presente, ficou impressionado com a proporção do evento. Muitas pessoas com quem o portal de notícias OBlumenauense conversou, algumas com mais de 65 anos, ficaram felizes por conhecerem pela primeira vez a usina. O sentimento foi compartilhado por muitos presentes, inclusive familiares de funcionários da Celesc.
“O evento Portas Abertas é um momento único em que a Celesc abre as portas da Usina Salto para toda a comunidade. Uma usina tombada pelo patrimômino histórico, de 1914, completamente conservada em suas características construtivas. Ou seja, desde o azulejo até os equipamentos que fazem a geração de energia elétrica. Ela opera e nós temos uma alegria de saber que as pessoas têm se interessado de vir aqui conhecer e prestigiar a usina”, disse João Marcos Ribeiro, gerente regional da Celesc em Blumenau.
A Banda Municipal de Blumenau também participou apresentando músicas clássicas dos anos 70 e 80 em arranjos instrumentais. Outra atração musical foi a banda do 23º Batalhão de Infantaria, Sentinela do Vale, que encantou os visitantes com novas versões de canções de Tim Maia, Sia, Coldplay, Camila Cabello e Shawn Mendes.
Na parte da tarde, foi a vez do Grupo Folclórico Germânia e do Blumenauer Tanzkinder empolgarem o público com a apresentação de danças tradicionais alemãs, em roupas típicas de época, homenageando a cultura que mais exerceu influência sobre os blumenauenses.
Em meio às ações culturais, os visitantes puderam receber mudas de árvores e lições de educação ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas). Da parte da Samae, os interessados tiveram a oportunidade de acompanhar o processo de tratamento de água em uma mini-estação levada à usina.
O Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc) também esteve presente, promovendo uma campanha doação de sangue, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde realizava ações de combate à dengue.
Food trucks estavam à disposição para quem queria saciar a fome com hambúrgueres artesanais, pastéis ou espetinhos, por exemplo. Havia até chopp gelado para amenizar o calor durante o dia ensolarado.
Na antiga subestação da usina, um museu foi montado com peças utilizadas pelos trabalhadores do local na época de sua inauguração, como um medidor de rede, um teodolito e um registrador de corrente. Um escafandro e um telefone típico do início do século XX foram os itens que mais despertaram curiosidade. Para completar, um vídeo exibido em um telão contava detalhes da história da unidade.
A empreendedora social Candice Hardt Ferrari visitou a usina pela primeira vez durante o evento e ficou satisfeita com a experiência. “Achei excelente essa ação da Celesc de abrir as portas para a gente conhecer e, principalmente, ver essa parte histórica de uma usina que está há 110 anos em funcionamento. Foi muito rica a experiência e gostei bastante de participar”, afirmou.
Técnico em eletrônica, Tommy Witte ficou impressionado ao conhecer a instalação. “Pela minha profissão, sei como as coisas funcionam, mas não conhecia o tamanho, o volume disso. Acho importante a comunidade conhecer. Às vezes as pessoas conhecem locais importantes de outros lugares e esquecem da própria cidade. E é algo interessante de se conhecer”, ressaltou.
Quem também se deslumbrou com a visita foi Maria da Glória Demétrio Geisler. Aos 80 anos, ela mora há 20 na região e ainda não conhecia a usina. “Está tudo muito lindo. Achei aquelas máquinas e a casa antiga muito lindas. Está tudo muito legal, muito bom. Tem bastante gente nesse evento”, comentou.