Uma releitura na culinária da Oktoberfest

Texto e fotos: Julio Pollhein

Oferecer mais qualidade na alimentação e menos fila nos pontos de vendas de gastronomia da Oktoberfest. A proposta que vem sendo desenvolvida há dois anos em nível de consultoria pela direção da festa e Senac, também agrada visitantes que vão ao Parque Vila Germânica, para provar a comida, ouvir música e beber chope.

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A partir de avaliações anteriores da festa, o questionamento: aonde vai chegar a Oktoberfest no futuro. No desenvolvimento do evento surgiram opções de gastronomia que não estavam diretamente ligadas à cultura germânica e o objetivo da festa. O surgimento de outras iguarias comercializadas no local também contribuiu para disputa acirrada de preços, entre comerciantes.

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De acordo com o chef de cozinha do Senac Restaurante Escola, o alemão Heiko Grabolle de 39 anos, responsável pelo cardápio da comida e sabores, uma das primeiras práticas foi reformular a comunicação visual, ou seja, todos os pontos de alimentação relacionam nomes a pratos oferecidos – Schwein Haus (Casa do Porco) e Würsthaus (Casa da Linguiça).

Grabolle, explica que a reformulação busca resgatar e modernizar as opções da culinária típica – tradicionais e contemporâneas. Ele fala que o novo conceito depende da sincronia entre todas as pessoas que trabalham com a alimentação na festa. “Uma opção pode ser diferente da outra, porém deve manter relação com os produtos da região e com o cardápio”, comenta o chef.

 

Marreco, uma das atrações da culinária mais consumida nos restaurantes
Marreco, uma das atrações da culinária mais consumida nos restaurantes

 

O tradicional Eisbein não fica atrás
O tradicional Eisbein não fica atrás

 

Currywurst
Currywurst

Além de manter a comida regional, existe a preocupação em modernizar, sem fugir as tradições. Entre mais de 200 opções de alimentos, inclui-se degustações conhecidas da cultura germânica, a exemplo do marreco recheado com purê; linguiça Blumenau e polenta; frango grelhado, arroz e batatas fritas; strudel com sorvete e a popular cuca – muito saboreada na região.

 

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Para o casal paulista de Baurú, Rudolf Riehl de 52 anos e sua esposa Maria Riehl, que já visitaram a festa outras vezes, a culinária está cada vez melhor. Eles destacam os preços acessíveis e as variedades que encontraram esse ano, na Geflügel Haus (Casa do Frango).

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No início do projeto, foram realizadas palestras e estudos com as partes envolvidas. Manter a identidade cultural da festa para futuras gerações é a finalidade principal da parceria entre os órgãos envolvidos com o novo conceito de culinária. Mesmo considerando que na questão financeira, o lucro venha a longo prazo. A ideia também valoriza os produtos locais e aproveita os preços acessíveis, em função da proximidade com o evento, além de proporcionar sobrevida a tradição.

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Equipe de apoio

Em entrevista no local, com o chef de cozinha alemão, tive a oportunidade de conhecer quatro opções de lanches, com destaque para o saboroso Currywurst, versão salsicha alemã, servida com molho de curry e mostardas – muito bom!

 

O chef assina embaixo

 

A alegria é o ingrediente principal no perfil do chef abrasileirado, Heiko Grabolle, que assina o cardápio da 33ª Oktoberfest. Nascido na região da Vestefália, oeste da Alemanha, ele está radicado no Brasil, há 13 anos, onde divide moradia entre Florianópolis (SC), com a família e o trabalho de professor em Blumenau, há oito anos, no curso de Gastronomia do Senac, onde também atua como chef de cozinha no Senac Restaurante Escola.

 

Imagens da cozinha, com base em produtos locais:

 

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