Fotos: Soni Robinson Witte
Um passeio pela Rua XV de Novembro, a principal de Blumenau, pode revelar pequenos detalhes que a pressa do dia a dia, não nos deixa observar. Aqueles canos de PVC instalados para coletar as pontas de cigarro geralmente jogadas na calçada, parecem estar funcionado. Pelo menos se tomarmos como referência essa da foto, porque ao redor não se vê uma bituca jogada.
Seguindo adiante, uma senhora sem os membros inferiores está sentada na cadeira de rodas. Ela não pede esmola, mas que corações bondosos escutem a sua história, gravada em um CD intitulado “Retalhos da minha vida”. Mas também tem o CD com músicas: Sons do Vale. Quanto custam? Qualquer valor que puder ajudar. É o que está escrito no cartaz.
Outro detalhe é a forma com que os carros atrapalham os pedestres, quando entram nos estacionamentos particulares ao longo da Rua XV de Novembro. Nesse período de compras de Natal, aumenta o movimento de veículos e a procura por este tipo de serviço. Mas se começam a se formar filas, os carros ficam estacionados sobre a calçada. A situação fica mais complicada, se pessoas com dificuldade para andar – desde idoso à cadeirante – tenham que contornar o veículo.
No centro também estão os sem teto, que perambulam pelas ruas centrais da cidade. Pessoas com mil histórias, que todos gostaríamos de saber. De onde é? Porque vive assim? Se já teve casa normal, família, qual o nível de educação, etc … Quantos perambulam pela cidade e como será o seu Natal?
A barba grisalha, muito branca, lembra até Papai Noel. Imaginando um filme, desses que passam nessa época do Natal, ele poderia estar disfarçado para identificar as pessoas boas.
Os artesões esticam seus mostruários de tecido nas calçadas, para exibir os trabalhos. No horário desta foto, por volta das 17h, quase não haviam mais clientes.
Talvez uma das coisas mais tristes, é ver o prédio onde funcionou durante anos a Central de Informações aos Turistas e o Convention Bureau de Blumenau abandonado.
Muitas pessoas sequer imaginas que no começo da século passado era usado pela Celesc, como a central de transformadores. Portanto pertence à concessionária de energia elétrica, que não definiu ainda uma utilização para o local.
Nos década de 1980, o Convention Bureau de Blumenau foi autorizado a utilizar o prédio,o reformou em estilo enxaimel (artificial). Na época, estava abandonado. Tanto o prédio quanto o terreno, pertencem à Celesc. Infelizmente no momento o Bureau não está autorizado a utilizar e ele voltou a ficar abandonado em uma área nobre do centro. Hoje a entidade funciona no Parque Vila Germânica, conforme explica um bilhete na janela. Ao lado, a foto de como ele em meados dos anos 50 (estimativa).
Por fim, continuando o passeio, um carro estacionado dentro de uma loja chama a atenção. Provavelmente faz parte de um destes sorteios de promoções de Natal. As fotos e observações foram feitas pelo Soni Robinson Witte no final de tarde deste domingo (14).
O texto teve a colaboração do Soni.
