Trabalhadores portuários fazem greve nacional de 12 horas contra alterações na Lei dos Portos

As três entidades envolvidas na mobilização representam mais de 50 mil profissionais que atuam nos principais portos do país.

Uma paralisação temporária de 12 horas dos trabalhadores portuários em todo o Brasil nesta terça-feira (22/10/24) busca chamar a atenção para possíveis impactos das mudanças propostas na Lei dos Portos (Lei 12.815/2013). Entre as principais preocupações estão a extinção do adicional noturno, alterações no pagamento de adicional de risco e a permissão para a terceirização de atividades como o serviço de guarda portuária.

A greve foi organizada por três grandes entidades representativas: a Federação Nacional dos Portuários (FNP), a Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e a Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias (Fenccovib). Juntas, essas federações representam mais de 50 mil profissionais que atuam nos principais portos do país.

A greve dos trabalhadores portuários pode causar atrasos na movimentação de cargas, impactando a logística e o comércio em diversos setores da economia. Além disso, a paralisação pode gerar congestionamento nos principais portos do país, aumentando os custos operacionais para empresas que dependem do transporte marítimo.

De acordo com o presidente da Fenccovib, Mário Teixeira, a paralisação é uma resposta a um relatório e a um anteprojeto de lei que ameaçam direitos consolidados da categoria. Ele apontou a possível redução no mercado de trabalho, a extinção de categorias reconhecidas por lei e a limitação da atuação sindical nas negociações coletivas de trabalho, além de questionar o fim da exclusividade de contratação dos trabalhadores portuários com vínculo empregatício.

Teixeira também criticou a comissão de juristas que está elaborando a proposta de projeto de lei no âmbito da Câmara dos Deputados, afirmando que a composição não representa adequadamente os interesses dos trabalhadores. Ele reforçou que a mobilização envolveu todos os 151 sindicatos portuários brasileiros e contou com o apoio de entidades internacionais de trabalhadores, destacando a oposição da categoria à revogação da atual legislação portuária.

Fonte: Agência Brasil