A passagem dos efeitos mais agudos da pandemia e reações como a do recuo da taxa de desemprego deixam os supermercadistas catarinenses otimistas para 2023. Em sondagens feitas pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) junto a empresários de todos os portes e regiões de SC, existe a indicação de crescimento nas vendas neste final de ano, um desempenho positivo de 2,5% a 3% em 2022 em relação a 2021 e também uma expectativa da continuidade do crescimento em 2023.
As análises dos empresários se baseiam nos indicadores macroeconômicos divulgados por fontes oficiais, principalmente o Banco Central e mais ainda, nos sinais de estabilidade nos preços de insumos da cadeia produtiva, após um período de reajustes desproporcionais dos insumos ocasionados por escassez de insumos e outros fatores.
O atual presidente da ACATS, Francisco Crestani, acredita que muitas mercadorias têm espaço para diminuir ainda mais os seus preços, o que vai se refletir nas gôndolas e prateleiras dos supermercados, garantindo o crescimento de vendas.
“O nosso consumidor continua soberano, se o preço do produto que ele deseja aumenta muito ele deixa de comprar. Não existe mágica nem mistério, a decisão majoritária continua sendo a do preço justo e compatível com a mercadoria. Se os preços continuarem a recuar o consumo vai crescer e é isso que todos desejamos, levar o melhor para o nosso consumidor” destacou.
O presidente eleito da Entidade na gestão de 2023/2024, Alexandre Simioni, também está otimista em relação ao cenário para 2023. Para ele, as previsões de indicadores econômicos não assustam e o segmento deve manter o seu ritmo de crescimento.
“Estamos convivendo com um novo momento em nosso setor, em que estão se diversificando os formatos de tipos de negócios tanto em lojas de pequeno como de grande porte. O avanço mais significativo dos últimos anos foi o do atacarejo e esse tipo de loja deve continuar atraindo os consumidores e também fazendo parte dos planos de expansão das redes de supermercados. A diversificação de formatos abre o leque de opções para os consumidores e também o desafio dos empresários de alcançar rentabilidade nos negócios” disse.
Alexandre Simioni acrescenta que a grande expectativa será como o novo governo federal vai conduzir pautas macroeconômicas complexas como o equilíbrio fiscal, o ainda baixo potencial de crescimento do PIB real, além de uma economia muito fechada e improdutiva.
“O governo tem um compromisso primordial de garantir atendimento à ampla demanda por serviços públicos melhores e mais eficientes em educação, saúde e segurança, além de demandas de infraestrutura e logística. Tem muita coisa ainda a ser feita para continuar destravando os gargalos mais evidentes de transportes, tanto de cargas de produção para exportação e consumo como as políticas de mobilidade urbana nos grandes centros. No tocante à conjuntura vamos continuar lutando pela diminuição da carga fiscal, uma das bandeiras da nossa entidade nacional, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras)” disse Simioni.
INDICAÇÕES DE MERCADO
Banco Central – Para 2023, a projeção da inflação ficou em 4,94%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente. A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.
Mercado financeiro – A expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano, para os dois anos.
Taxa de juros – Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Massa salarial/SC – A soma da renda de todos os catarinenses chegou a mais de R$ 12,2 bilhões por mês no terceiro trimestre de 2022. Este é o maior valor da série histórica iniciada em 2012. O recorde representa um ganho real de R$ 1,4 bilhão, ou 12,9%, em relação a quatro anos antes, quando a massa de rendimento habitual era de R$ 10,8 bilhões, em valores atualizados pela inflação. O aumento é superior ao nacional, que foi de 5,7% no mesmo período. Os dados são da amostra Pnad-C do IBGE.
MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA MENSAL
Florianópolis (SC) – A pesquisa mensal que apura o índice de consumo das famílias catarinenses relativa ao mês de outubro deste ano registrou um desempenho positivo nos três quesitos, o que acontece nos últimos quatro períodos. No acumulado de janeiro a outubro de 2022 em relação ao mesmo período de 2021 o resultado é +2,11%. São 7 meses seguidos de resultados acumulados positivos. Outubro de 2022 registrou +6,01% em relação a outubro de 2021, enquanto que outubro/22 versus setembro/22 registrou +5,58%.
Os dados foram apurados na pesquisa mensal realizada pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) desde 2004 (confira as tabelas em nosso site, aqui). Participaram desta amostragem empresas de todos os portes e regiões catarinenses e os dados já resultam de deflacionamento pelo IPCA.
O Presidente do Conselho Diretor da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, registra que outubro mais uma vez contou com a sazonalidade da ocorrência de 5 sábados, o que traz um extra ao período, já que sábado sempre é o dia mais importante de compras para as famílias.
“O ano de 2022 começou com índices negativos, pela alta aos preços das mercadorias como consequência de reajustes nos combustíveis, mas após o primeiro trimestre houve uma estabilização e a confiança das pessoas mudou. Isso se refletiu nos últimos meses a partir daí. Agora é seguir no embalo e trabalhar para termos um final de ano positivo e com vendas superiores àquelas registradas no passado”.
OTIMISMO
A expectativa do segmento supermercadista catarinense é de otimismo em relação ao período de festas. Como faz a cada ano, a ACATS promove uma pesquisa junto aos associados sobre o comportamento das encomendas de itens típicos deste período. D
as empresas pesquisadas, de todos os portes e regiões, 65% indicaram que este ano compraram mais produtos do que ano passado, um percentual médio de crescimento de 13,5% e 35% optaram por manter o mesmo padrão de encomendas. Nenhum empresário optou por reduzir o volume de compras dos fornecedores.
Índice de consumo das famílias – SC ACATS 2022 (em percentuais)
Mês | Mês atual x mês ano passado | Mês atual x mês anterior | Acumulado |
Janeiro | (-0,40) | (-15,13) | (-0,40) |
Fevereiro | +0,01 | (-3,16) | (-0,22) |
Março | (-3,14) | +6,79 | (-2,58) |
Abril | +4,86 | +5,02 | +1,70 |
Maio | +1,68 | (-4,57) | +0,85 |
Junho | +0,78 | (-2,41) | +0,47 |
Julho | +2,56 | +9,73 | +0,83 |
Agosto | +6,01 | +0,07 | +2,23 |
Setembro | +5,34 | +9,98 | +1,50 |
Outubro | +6,01 | +5,58 | +2,11 |