Texto e fotos: Luciano Bernz
Na assembléia realizada às 13h desta segunda-feira, os grevistas rejeitaram a proposta enviada pela administração municipal por unanimidade, optando pela continuação da greve. Alguns servidores usaram o microfone para desabafar, e uma delas emocionou a líder sindical Sueli Adriano.
Foi o depoimento de uma professora, que contou a dificuldade para sustentar seus dois filhos com 20 horas/aula. Ela disse que com as mesmas 20 horas, sua mãe que também era professora, sustentou dez filhos. Aliás, Sueli segurou a filha dela enquanto se usava o microfone para falar com os grevistas.
Todos os servidores que quisessem, tiveram a oportunidade de se pronunciar. Em um ponto foram unânimes: tirar dinheiro do próprio bolso para realizar consertos e a compra de materiais para suas escolas e creches. Ao final da assembléia, Sueli Adriano concedeu uma rápida entrevista à nossa equipe.
O Blumenauense: Sueli, está difícil negociar com o governo municipal?
Sueli Adriano: O governo não negocia. Eles estão fazendo propostas via ofício.Isso não é mesa de negociação. O que nós queremos é uma política de reposição que neste último documento o prefeito diz que não reconhece. Mas já reconheceu inclusive no plano plurianual, e quando assinou o documento quando era candidato.
Nós não conseguimos entender que caminho esse governo quer seguir. Sabemos que as perdas salariais não aconteceram neste governo, por isso não queremos os 29% de imediato. Queremos uma politica baseada no fato que já se provou que tem margem na lei de responsabilidade fiscal. O prefeito neste momento quer mais punir do que resolver a greve”.
O Blumenauense: Como ficará a situação dos funcionários ACTs que aderiram a greve?
Sueli Adriano: Baseando-se no direito de greve, está completamente descartada a demissão dos ACTs. Estivemos no dia de hoje na SEMED procurando saber qual eram as contratações. Nenhuma das contratações que estão lá, são para substituir grevistas. São substituições normais, trabalhadores que pegaram licença prêmio por exemplo. Isso é algo normal no serviço público e entendemos que essa ação é correta.
Tem também contratações para um CEI que ainda vai ser inaugurado, que vamos contestar no Tribunal de Contas. Queremos saber se eles podem contratar quando nem abriram. Vamos entrar na justiça, pois é mais uma ilegalidade. E referente a isso o governo pode até receber uma improbidade administrativa.
O Blumenauense: Qual a sua expectativa para o fim da greve?
Sueli Adriano: Se o governo continuar com esta postura, não vai parar a greve. Nem ameaçando descontar os dias parados, eles conseguiram tirar o povo daqui. Ou mudam a estratégia, ou o fim da greve será algo difícil de acontecer.
Seguem algumas fotos da greve e assembléia desta tarde de segunda-feira (23)