Quando as crianças passam pelo processo de adoção na comarca de Lages, e ganham uma nova família, elas ganham uma “Naninha do Bem”. Os pequenos travesseiros são confeccionados pela servidora Angelita Barroso com o objetivo de oferecer aconchego e conforto, carinho e sentimento de bem querer.
Barroso e uma amiga estiveram em Blumenau há poucos dias para visitar o Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, onde aconteceu o atentado que chocou o país. Além de naninhas, também deixaram mensagens de afeto dos servidores.
“Diante do que aconteceu, é impossível não sentir dor. Uma dor que não se pode apagar, mas que podemos amenizar. Foi por isso que decidi levar um pouco de carinho para os pequenos”, conta Angelita. Generosa, ela convidou os colegas da comarca a se juntar nessa corrente do bem. Aqueles que desejaram participar produziram desenhos coloridos. Alguns envolveram a família na empreitada solidária.
A técnica judiciária auxiliar Rosana Oliveira Policeno preparou um cartão. “Essa foi uma iniciativa linda que tocou o coração de muita gente. Produzi um cartão simples, mas fico honrada em participar de alguma forma.” Quem também preparou um desenho especial foi a servidora Arlete Miguel. “Não custa nada dedicar alguns minutos do nosso tempo para fazer alguém se sentir especial. É gratificante demais integrar esse momento. Que essas crianças se sintam ainda mais amadas.”
A amiga Rita de Cássia Pires Souza é a parceira que borda os rostinhos das naninhas. Ela, que também perdeu uma filha, foi quem escreveu os cartões para as mães das crianças Bernardo, Enzo, Bernardo e Larissa. O marido de Angelita e um casal de amigos que mora em Blumenau participaram da ação.
“O ambiente é de paz, serenidade, alegre, com muros coloridos e crianças educadas que cumprimentam todos que passam por elas. Os pequenos estavam na hora do soninho quando chegamos. Mesmo assim, fomos visitá-los. Impossível não chorar quando se veem anjos indefesos ali dormindo; outros brincando no pátio ou na hora do almoço na rotina normal de uma creche, assim como nossos filhos e netos fazem. De repente, você se surpreende pela imagem e lembrança do que aconteceu. Não é só choro, não. É uma dor tão grande que não consigo explicar. É uma ferida no peito de todos eles que estão ali. Ora está bem, ora sangra um pouquinho, ora alguém faz um curativo. Nós fomos só fazer um curativo,” finaliza Angelita Barroso.
Fonte: Poder Judiciário de SC