Sérgio Moro pede demissão e deixa o Ministério da Justiça e Segurança Pública

 

 

 

 

O ministro da Justiça Sérgio Moro decidiu entregar o cargo nesta sexta-feira (24) após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada no Diário Oficial da União.

O ex-juiz responsável pelos processos da Operação Lava-Jato assumiu o Ministério da Justiça em janeiro de 2019, e deixa o cargo após um ano e quatro meses.
Segundo Sérgio Moro, ao assumir a função de ministro, foi acordado com o presidente Jair Bolsonaro que o ex-juiz teria carta branca nas nomeações para os órgãos de segurança pública.

“O que foi conversado com o presidente, foi em primeiro de novembro, foi que nós teríamos um compromisso com o combate à corrupção, o crime organizado, e a criminalidade violenta. Inclusive foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive, desses órgãos policiais, como a Polícia Rodoviária Federal e a própria Polícia Federal”.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (24), Sérgio Moro afirmou que sai do ministério para preservar a própria biografia e para não contradizer o compromisso que assumiu com Bolsonaro, de seguir firme no combate à corrupção, criminalidade violenta e crime organizado.
Sérgio Moro deixou o futuro em aberto, mas destacou que estará à disposição do país caso seja necessário.

“Quero dizer que independentemente de onde eu esteja, eu sempre vou estar à disposição do país para ajudar com o que quer que seja. Se eu puder ajudar nesse período da pandemia com outras atitudes. Sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública nessa gestão, que é fazer a coisa certa sempre”.

Sérgio Moro ficou conhecido nacionalmente por ser o juiz responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância. Em mais de quatro anos de operação, o então magistrado sentenciou 46 processos, que condenaram 140 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre os políticos condenados, estão o ex-presidente Lula e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.