Santa Catarina se destacou no cenário nacional ao registrar o menor percentual de jovens de 14 a 24 anos que não estudam nem trabalham. De acordo com dados da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), apenas 10,6% da juventude catarinense está nessa situação, número bem abaixo da média nacional de 17,3%. O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE em fevereiro de 2025.
O termo “nem-nem” vem da sigla em inglês NEET (Not in Education, Employment, or Training) e se refere a jovens que não estão inseridos no mercado de trabalho nem em atividades educacionais. Embora Santa Catarina tenha um dos menores índices do país, houve um pequeno aumento em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o percentual era de 10,2%. Ainda assim, o estado segue à frente do Distrito Federal (10,7%) e do Rio Grande do Sul (11,6%) no ranking nacional.
O perfil dos jovens “nem-nem”
O estudo detalhou o perfil da juventude que está fora do mercado de trabalho e da educação. Em Santa Catarina, 63,5% dos “nem-nem” são mulheres, tendência semelhante à observada no Brasil e no mundo. Quando analisada a questão racial, 65,3% se identificam como brancos, 33,8% como pretos ou pardos e 0,88% como indígenas. Esses dados acompanham a distribuição demográfica do estado.
A preocupação com esse grupo é mundial. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que 20,4% dos jovens no mundo estão nessa situação. Na América Latina, a taxa caiu de 21,3% em 2019 para 19,6% em 2023. No Brasil, a PNAD Contínua registrou uma leve redução no número de jovens “nem-nem”, que passou de 18,3% no fim de 2022 para 17,3% no fim de 2024.
Emprego e educação como solução
Além de registrar o menor índice de “nem-nem” do país, Santa Catarina também se destaca na empregabilidade jovem. O estado tem uma taxa de desocupação de 5,4% entre jovens de 18 a 24 anos, a terceira menor do Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso (4,7%) e Paraná (5,3%).
Para o Secretário de Estado do Planejamento, Edgard Usuy, esse cenário reflete o impacto das políticas públicas estaduais voltadas à educação e ao mercado de trabalho. “Santa Catarina tem um índice de desocupação juvenil 58% menor que a média nacional de 12,9%, o que demonstra que estamos no caminho certo”, afirmou.
Ele reforça que o governo tem investido na educação básica, técnica e profissional, buscando preparar melhor os jovens para o mercado de trabalho e ampliar suas oportunidades. “Nosso objetivo é garantir que mais jovens tenham acesso à qualificação e ao emprego, reduzindo a desigualdade e promovendo um futuro mais promissor para Santa Catarina”, destacou Usuy.
O estudo, conduzido pela Diretoria de Políticas Públicas da Seplan, reforça a importância da análise detalhada desses indicadores para a formulação de estratégias eficazes. Os dados completos podem ser acessados em: www.seplan.sc.gov.br.