Santa Catarina tem menor índice de domicílios no Bolsa Família no Brasil

Estado também lidera em baixa dependência de programas sociais e registra uma das maiores rendas médias do país.

Foto: José Cruz [Agência Brasil]

Santa Catarina aparece na ponta oposta do ranking nacional de participação no Bolsa Família. Apenas 4,4% dos domicílios catarinenses recebem o benefício, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8/05/25) pelo IBGE. O número é bem inferior à média brasileira, que é de 18,7%, e representa cerca de 123 mil dos 2,8 milhões de lares existentes no estado. A pesquisa considera os rendimentos médios domiciliares ao longo de 2024.

A participação no programa também caiu levemente em relação ao ano anterior. Em 2023, o percentual era de 4,5%, uma redução que acompanha a tendência nacional — no Brasil, a queda foi de 19% para 18,7%. A análise integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Rendimento de Todas as Fontes 2024.

Além de ter o menor número de domicílios no Bolsa Família, Santa Catarina também lidera entre os estados com menor peso de programas sociais na composição da renda. Apenas 1% do rendimento domiciliar vem de benefícios do governo, contra os 3,8% da média nacional. Em seguida aparecem São Paulo (1,7%), Distrito Federal (1,8%) e Paraná (1,9%). Já Maranhão (10,8%), Ceará (10,2%) e Pará e Piauí (ambos com 9,7%) estão no outro extremo da lista.

A maior parte da renda em Santa Catarina vem do trabalho (79,3%), seguida por aposentadorias e pensões (15,4%). O rendimento médio per capita no estado teve um aumento de 12% no último ano, passando de R$ 3.203 em 2023 para R$ 3.590 em 2024. Com esse valor, o estado ocupa o quarto lugar no ranking nacional de rendimento, atrás apenas do Distrito Federal (R$ 5.147), São Paulo (R$ 3.785) e Rio de Janeiro (R$ 3.618).

O governador Jorginho Mello comentou que os dados refletem o cenário positivo da economia catarinense. “Santa Catarina está fazendo o dever de casa, atraindo investimentos e apostando no empreendedorismo”, afirmou. Já o secretário de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck, destacou a geração de empregos: “Somente em 2025, criamos mais de 60 mil vagas formais, e o Sine conta com mais de 7 mil oportunidades em aberto”.

O gráfico divulgado pelo IBGE reforça o destaque catarinense. Santa Catarina aparece na última colocação entre os estados em percentual de domicílios no Bolsa Família (4,4%). Em contrapartida, Maranhão (41,3%), Piauí (41,2%) e Pará (38,2%) lideram o ranking com os maiores percentuais.

Percentual de domicílios que recebem Bolsa Família (2024) de acordo com o IBGE:

  • Santa Catarina (SC): 4,4%
  • São Paulo (SP): 8,9%
  • Paraná (PR): 8,9%
  • Rio Grande do Sul (RS): 9,6%
  • Goiás (GO): 12,4%
  • Mato Grosso do Sul (MS): 13,2%
  • Distrito Federal (DF): 13,2%
  • Espírito Santo (ES): 13,6%
  • Rio de Janeiro (RJ): 13,7%
  • Mato Grosso (MT): 13,7%
  • Minas Gerais (MG): 14%
  • Rondônia (RO): 14,4%
  • Brasil (BR): 18,7%
  • Tocantins (TO): 23,1%
  • Roraima (RR): 24,4%
  • Rio Grande do Norte (RN): 28,2%
  • Pernambuco (PE): 32,9%
  • Sergipe (SE): 33,1%
  • Ceará (CE): 33,7%
  • Bahia (BA): 33,7%
  • Amapá (AP): 33,8%
  • Alagoas (AL): 34,4%
  • Acre (AC): 34,8%
  • Paraíba (PB): 35%
  • Amazonas (AM): 35,2%
  • Pará (PA): 38,2%
  • Piauí (PI): 41,2%
  • Maranhão (MA): 41,3%