Remo Adaptado em Blumenau: um projeto para as paralimpíadas 2020 de Tóquio

Foto: Michele Lamin
Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

O paradesporto de Blumenau tem uma nova modalidade, que foi lançada em solenidade atrás do Biergarten (Praça Hercílio Luz), na manhã desta segunda-feira (2/07/18). O Remo Adaptado foi possível graças a uma parceria com a Confederação Brasileira de Remo Adaptado (CBR), que escolheu Blumenau para sediar seu projeto piloto “Clube Formador Paralímpico”.

A iniciativa contou com o apoio do Clube Náutico América, que sediará as aulas no rio Itajaí-Açu, coordenadas pela Associação do Paradesporto de Blumenau (Apesblu). O esporte será oferecido gratuitamente e as aulas acontecerão no período da tarde. Podem participar crianças a partir de 12 anos, que saibam nadar. Por enquanto estará aberto apenas para deficientes físicos, mas a medida que o projeto evoluir, devem ser acrescentados portadores de outros tipos de deficiência.

 

Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

O técnico da Seleção Brasileira de remo adaptado, Fernando Carvalho Neto, destacou a escolha de Blumenau para ser o piloto do projeto em todo o país: “Nós fizemos uma pesquisa para saber qual cidade mais se identificava com os esportes paralímpicos. Descobrimos o trabalho que a Gisele desenvolve aqui com o apoio da prefeitura, e como já sabia da forte ligação do América com Blumenau, um clube quase centenário, tudo se encaixou. Nossa sugestão foi bem recebida por todas as partes envolvidas e entramos com a compra da embarcação. Queremos transformar a cidade em um polo internacional de remo”.

Fernando também disse que a confederação dará todo suporte técnico dessas embarcações. “Alguns vem com boias protetoras e cadeiras especiais, enquanto em outros, só haverá necessidade de adaptações mínimas”, finalizou Carvalho.

Quem não escondia a satisfação pela conquista foi a diretora do Paradesporto de Blumenau, Giselle Margot Chiroll. “Quando retornei à Blumenau em 2011, depois de morar 10 anos em Florianópolis, entrei em contato com o Clube América para tentar implantar aqui, mas como as embarcações são de alto custo, continuamos sonhando. Na capital, tínhamos a vela e o remo adaptado. Mas como o paradesporto estava no início, havia muito a ser feito. Desenvolvemos um trabalho sério, com muita garra e determinação, e depois de sete anos recebi a ligação da confederação, para que Blumenau fosse piloto desse projeto, rumo às olimpíadas 2020 em Tóquio. Após a aquisição dessa embarcação de 5 mil dólares, faremos todo um trabalho com nossos paratletas para sermos referência no Brasil no remo adaptado”.

 

Foto: Michele Lamin

 

Durante a solenidade, que teve a participação do prefeito Mário Hildebrandt, da Secretária de Educação, Patrícia Lueders, e de vereadores, foi realizado o batismo simbólico do barco fornecido pela CBR. A primeira aluna do remo, Bruna Cristina Gomes de Araújo, realizou também a aula inaugural, com uma pequena demonstração no rio. Ela ficou paraplégica após um acidente de carro.

O programa do desporto em Blumenau sempre foi uma bandeira de Napoleão Bernardes em seus dois mandatos, e o prefeito atual destacou esse compromisso da cidade com a inclusão. “Nós nos sentimos estimulados a investir, porque vemos os resultados do que é feito no Paradesporto. Vocês nos fazem acreditar nesse trabalho e aqui ele dá certo porque trabalhamos em rede”, afirmou Mário Hildebrandt.

 

Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

A secretária de Educação (Semed), Patrícia Lueders, destacou a inclusão que o Paradesporto promove na vida das pessoas com deficiência e suas famílias. “Quantas crianças e adolescentes viviam isolados em casa e hoje interagem em grupos e vivem com mais qualidade”, acrescentou.

Os professores serão mantidos pela Semed, e terá entre eles, o técnico e atleta Roque Zimmermann. Atletas com potencial participarão de eventos mundiais, serão custeados pela entidade, além de campings de treinamento com a Seleção Brasileira paralímpica para avaliações técnicas sem custo para o município.

As inscrições poderão ser feitas diretamente com o professor responsável pela modalidade, no próprio clube. Há vagas tanto para pessoas com deficiência em idade escolar, como para adultos. As aulas ocorrerão todos os dias à tarde, das 13h30min às 17h30min.

 

Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

Foto: Marlise Cardoso Jensen

 

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Foto: Michele Lamin

 

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