Até o início desta semana, os cidadãos que quisessem consultar as informações sobre terreno ou área a ser construída tinham que se dirigir à Praça do Cidadão, fazer o pedido e aguardar cerca de 20 dias para uma resposta, já que era necessário verificar cada folha dos livros para encontrar a demanda solicitada. Agora, este serviço é concluído no ato da consulta, em questão de minutos.
Isso porque a Prefeitura de Blumenau concluiu nesta semana o arquivo digital dos livros de Edificações e Habita-se do município. O livrão, como é chamado, é um registro de construções e alvarás de obras e projetos de 1942 a 2004. O trabalho iniciou em 2013, quando duas funcionárias da Praça do Cidadão trabalharam intensamente para digitalizar os onze livros de registros.
Muitas vezes foi necessário o uso de lupas para decifrar as escritas feitas à mão há muitos anos atrás. Para Nara Ione Reinert, uma das colaboradoras que atuou no processo, digitalizar os documentos foi uma forma de participar da história de Blumenau. “Diariamente, por dois anos, fizemos este serviço. Fui convidada para o desafio e concluímos com sucesso. Hoje temos até ciúmes deste arquivo histórico”, comenta.
Entre pedidos de alvará para residências, galpões e comércios que constam nos livros, um registro de 21 de fevereiro de 1951 chama atenção, um “picador de carne”, que na época ficava na rua Paraíba e tinha 31 m². Segundo Viviane Pacheco, servidora púbica há 18 anos, diversas vezes, ao descansar de uma folha para a outra, observa nomes e pedidos mais antigos dos antepassados da cidade. “Se é curioso para nós, que trabalhamos em cima disso, imagina quando esta relíquia for para o museu”, diz.
Para o diretor da Praça do Cidadão, Jairo dos Santos, o trabalho vai facilitar o acesso dos moradores da cidade às informações. “Sabíamos da importância desse trabalho para o munícipe e, ao concluir essa etapa de mais de 73 anos de memória, também entramos para a história e é isso que nos revigora para continuar lutando pela comunidade por meio dos mecanismos da administração”, afirma.
Texto original: Franciele Back | via PMB