Pomar de araucárias enxertadas busca acelerar produção de pinhão em SC

Projeto da Epagri em parceria com a Embrapa é desenvolvido em Papanduva e mira o fortalecimento do Planalto Norte como polo do pinhão de qualidade.

Pomar da araucárias enxertadas fica em Papanduva, no Planalto Norte Catarinense | Foto: Pablo Gomes / Epagri

Um alimento tradicional da culinária sulista e cada vez mais valorizado no mercado nacional pode ganhar novo impulso nos próximos anos. O pinhão já deixou há tempos de ser apenas fruto do extrativismo e hoje representa fonte de renda sustentável para milhares de famílias catarinenses.

Com o objetivo de profissionalizar ainda mais essa cadeia produtiva, a Epagri atua com orientações técnicas e também investe em pesquisas. Um dos projetos mais promissores está em andamento no Planalto Norte do Estado, mais precisamente no município de Papanduva.

Lá, a Estação Experimental da Epagri em Canoinhas (norte de SC) em parceria com a Embrapa Florestas – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária com sede em Colombo (PR) – desenvolve um pomar de araucárias enxertadas voltado à produção da semente.

A área do experimento ultrapassa os cinco hectares, o equivalente a 50 mil metros quadrados. Nela, foram plantadas mudas oriundas de diferentes regiões do país. As árvores passam por enxertia, técnica que une duas plantas com boas características para formar uma nova, mais produtiva. O foco é acelerar o ciclo natural da araucária e obter cultivares capazes de gerar pinhões mais rapidamente.

Segundo o engenheiro agrônomo Gilcimar Adriano Vogt, gerente da Estação Experimental da Epagri em Canoinhas, a expectativa é positiva. “Espera-se que, nesta área, em sete anos tenhamos a produção comercial de pinhão com qualidade e precocidade, sendo um produto regional do Planalto Norte Catarinense”, afirma.

O experimento está na fase inicial, de estabelecimento das plantas, mas já representa um passo importante para transformar a região em referência na produção de pinhão de alto padrão.