A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encontrou novos artefatos explosivos no local onde Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, estava hospedado. A informação foi divulgada pela Agência Brasil nesta quinta-feira (14/11/24), que não deu detalhes.
Francisco morreu na noite de quarta-feira (13), ao detonar explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por volta das 19h30. Também houve uma explosão no carro registrado em seu nome que foi deixado no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Explosivos desativados e vistorias
Durante a madrugada, o esquadrão antibombas da PM realizou uma varredura na hospedagem em Ceilândia, região administrativa a cerca de 30 km do centro de Brasília. Três dispositivos explosivos foram encontrados e desativados para garantir a segurança. O local foi liberado para perícia às 7h desta quinta-feira, e o corpo de Francisco foi retirado às 9h.
A PM também vistoriou o estacionamento na Câmara dos Deputados, onde ocorreu a explosão do carro de Francisco. Novos explosivos localizados no veículo estão sendo detonados de forma controlada. Os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram inspecionados como medida preventiva.
Quem era Francisco Wanderley Luiz?
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, natural de Rio do Sul (SC), foi identificado como o homem que lançou explosivos contra a escultura “A Justiça”, localizada em frente ao STF, antes de acender um artefato preso ao próprio corpo. Imagens das câmeras de videomonitoramento registraram o triste momento.
Os estrondos das explosões foram ouvidos dentro do plenário do STF, ao final de uma sessão, e os ministros foram retirados em segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Palácio do Planalto no momento do ocorrido, tendo deixado o local por volta das 17h30.
Em sua página de Facebook, desativada após a enorme repercussão do caso, Francisco publicou mensagens que indicavam que algo iria acontecer no dia 13 de novembro. O riosulense foi candidato a vereador em 2020, quando conseguiu 98 votos, o que não garantiu uma vaga na casa legislativa. Ele estava filiado ao Partido Liberal, legenda que no ano seguinte recebeu o então presidente Jair Bolsonaro.
Investigação em andamento
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar os detalhes e as motivações do ataque. Peritos estão utilizando ferramentas de reconstrução em 3D e analisando vestígios no local para entender a dinâmica do caso. O método é semelhante ao usado na investigação dos ataques de 8 de janeiro de 2023, que também atingiram os prédios dos Três Poderes.
Entre os primeiros passos da investigação estão a coleta de evidências e o cruzamento de imagens do local para mapear os eventos com precisão. As motivações de Francisco ainda não foram divulgadas.