A Polícia Civil deflagrou uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável por desvios de cargas nos estados de SC, PR e RS. A ação foi realizada na última quarta-feira, 25, pela Divisão de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) da Deic, com apoio de outras unidades policiais.
O esquema, que contava com pelo menos sete integrantes – dentre eles um policial civil de SC, que também foi preso – consistia na contratação de fretes de cargas por parte da quadrilha e na simulação de assaltos aos motoristas, de forma que a carga não chegasse ao destino contratado, sendo que em algumas oportunidades a carreta que era “assaltada” nem chegava a ser carregada.
O policial civil envolvido registrava os boletins de ocorrência fraudulentos, sendo que em algumas ocasiões os motoristas sequer se dirigiam até a delegacia para registrar o BO, o que segundo a investigação era feito pelo próprio policial sem a presença da falsa vitima.
A investigação, de alta complexidade e que durou aproximadamente um ano e meio em Inquérito Policial com aproximadamente 700 páginas, teve contribuições da Polícia Federal e diversas unidades da PC/SC.
Embora ainda não seja possível quantificar com exatidão o prejuízo causado pela quadrilha, que pode ter envolvimento em mais de 25 desvios de cargas, estima-se que ultrapasse R$ 1 milhão. A maioria das cargas desviadas era de grãos como soja e feijão, normalmente em rotas de transporte que passavam por pelo menos dois estados do Sul.
Ao longo dos trabalhos, foram efetuadas oito prisões, sendo quatro na quarta-feira e quatro no curso da investigação, estando ainda três indivíduos foragidos. Diligências continuam sendo feitas com o intuito de capturá-los.
Foram apreendidos dois caminhões trator e duas carretas que eram utilizadas pela quadrilha nos golpes, e está sendo providenciado ainda o sequestro de diversos veículos dos envolvidos.
A operação foi deflagrada nas cidades de Chapecó/SC, Riqueza/SC, São Miguel do Oeste/SC, Quilombo/SC, Planalto/RS, Ronda Alta/RS, Nonoai/RS e Ernestina/RS.
Por Andrey Lehnemann, da Polícia Civil