Os pescadores artesanais do Litoral de Santa Catarina comemoram uma safra histórica de tainha, utilizando a técnica tradicional de arrasto de praia. Até a última quarta-feira (12/06/24), foram capturadas 780.214 tainhas, superando significativamente os 505.502 peixes do ano anterior, um crescimento de mais de 54%.
Cidades com melhores resultados
O peso geral ultrapassou 1,32 tonelada do peixe. Florianópolis se destacou com 339.960 tainhas, liderando o volume de capturas no estado. Bombinhas segue em segundo lugar com 282.324 peixes, e Palhoça em terceiro, com 39.393 tainhas.
Dados da plataforma Informações da Pesca (IDP) detalham as capturas em diversos municípios:
- Florianópolis: 339.960 tainhas
- Bombinhas: 282.324 tainhas
- Balneário Camboriú: 35.022 tainhas
- Palhoça: 39.393 tainhas
- Garopaba: 20.896 tainhas
- Imbituba: 14.895 tainhas
- Governador Celso Ramos: 16.864 tainhas
- Itapema: 7.253 tainhas
- Jaguaruna: 6.080 tainhas
- São Francisco do Sul: 4.595 tainhas
- Balneário Gaivotas: 4.626 tainhas
- Porto Belo: 4.124 tainhas
- Penha: 3.300 tainhas
- Laguna: 882 tainhas
Importância cultural e econômica
A prática do arrasto de praia, que envolve o uso de redes puxadas manualmente com o auxílio de pequenas embarcações diretamente da praia, é essencial para a economia e cultura das comunidades pesqueiras.
O secretário de Estado da Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo, ressalta: “O arrasto de praia não possui cota, o que mobiliza muitas famílias nos ranchos. A magia de puxar a rede e ver a tainha ser capturada faz parte da nossa cultura. A Secretaria da Pesca foi criada pelo governador Jorginho Mello para fortalecer o setor.”
Monitoramento e coleta de dados
A plataforma Informações da Pesca (IDP) acompanha e coleta dados diretamente dos ranchos de pesca, fornecendo uma visão detalhada da safra. O coordenador do IDP, Marcelo Alcioni da Silva, explica: “A coleta de dados é baseada nas informações repassadas pelos donos das embarcações e ranchos, oferecendo um panorama abrangente do estado.”
Condições climáticas favoráveis e a redução drástica na captura de tainha na Lagoa dos Patos (RS) contribuíram para o sucesso da safra em Santa Catarina. Se destacam as temperaturas mais baixas, águas frias e períodos de alta pressão atmosférica, geralmente acompanhados por ventos do quadrante sul.
A queda da temperatura, especialmente durante os meses de junho e julho (final do outono e inverno), promove a migração dos cardumes em direção às águas costeiras. Chuvas moderadas e ausência de tempestades também são favoráveis, pois mantêm as águas calmas e claras, facilitando a visualização e o agrupamento dos peixes perto da costa, o que é crucial para o sucesso das técnicas de pesca como o arrasto de praia.
