O esporte tem um papel transformador na vida de qualquer indivíduo, e para pessoas com deficiência, ele pode ser um divisor de águas, proporcionando não apenas a inclusão, mas também a competitividade. As equipes de basquete e futsal de Blumenau, formadas por atletas com deficiência intelectual, exemplificam essa realidade nos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc).
Embora o basquete e o futsal para deficientes intelectuais ainda sejam pouco conhecidos, eles desempenham um papel crucial na construção de relações sociais, na interação comunicativa e no fortalecimento do sentimento de pertencimento. Além disso, a prática desses esportes traz benefícios significativos ao condicionamento físico e ao desenvolvimento motor e cognitivo dos atletas, por meio do aprendizado das modalidades e das regras dos jogos.
Para o treinador do time de basquete masculino DI, Jair Roberto Hank, os benefícios proporcionados pelo Parajasc vão além dos resultados esportivos. “O Parajasc é um momento muito especial para nossos paratletas, pois além da competição esportiva, há o convívio entre eles. Esta é a primeira vez que Blumenau participa dessa modalidade paradesportiva, então tudo é muito novo para eles. Estão muito motivados em competir em Blumenau”, destaca Hank.
O auxiliar técnico Vilson Júnior corrobora a opinião do treinador ao comentar a evolução de João Vitor dos Santos, de 17 anos, um dos destaques do futsal DI. “Quando o João começou no futsal, era franzino e tinha pouca interação. Ao longo desses dois anos de treinamento, ele evoluiu fisicamente, no entendimento do jogo e na socialização com os colegas e adversários. Ele sempre teve um comportamento exemplar e agora trabalha em uma empresa de Blumenau, dedicando-se ao time nos momentos de treino”, relata Júnior.
Lucas Hansen, atleta da equipe de basquete DI de Blumenau, compartilha a emoção de participar de um evento esportivo de grande porte. “Para mim, é muito gratificante, especialmente porque este é meu primeiro Parajasc jogando por Blumenau. Antes de entrar para o time de basquete, eu jogava tênis de mesa. Comecei a treinar, gostei e agora estou aqui competindo”, conta Hansen.
Assim, o Parajasc se destaca não apenas como um evento esportivo, mas também como uma oportunidade única de inclusão, socialização e desenvolvimento pessoal para pessoas com deficiência intelectual. As conquistas das equipes de Blumenau são testemunho do poder transformador do esporte na vida desses atletas.