Coordenadora do Museu participou de debate sobre o naturalista Fritz Müller.
Com diversos arquivos históricos, uma exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro está contemplando os admiradores do cientista e biólogo Fritz Müller. Organizado pela Universidade de Münster, através de seu Escritório de Inovação e seu Centro Brasileiro, o evento “Fritz e Hermann Müller – Alemanha e Brasil na Consolidação do Darwinismo” foi inaugurado na última sexta-feira, dia 21 de março.
Após a cerimônia de abertura, um colóquio científico reuniu especialistas brasileiros e alemães. Sendo assim, o Museu Fritz Müller foi representado por Mabeli Espindola, educadora ambiental da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) e coordenadora do Museu de Ecologia Fritz Müller. Juntamente com a historiadora Ana Maria Ludwig Moraes, do Instituto Histórico de Blumenau, a coordenadora participou da mesa que debateu o tema “The Fritz Müller Ecological Museum”.
“Nosso objetivo no evento foi relembrar os trabalhos feitos por Fritz e Hermann Müller, realizar um intercâmbio e conseguir parcerias”, ressaltou Mabeli. Além disso, ela também relembrou um dos grandes feitos do naturalista: a contribuição para a teoria da evolução das espécies por seleção natural, de Charles Darwin. Com acessos a documentos históricos sobre o naturalista, Mabeli retornou a Blumenau com novas informações que serão úteis nos arquivos do Museu Fritz Müller.
A exposição sobre Fritz e Hermann Müller estará à disposição para visitação até o dia 21 de abril, na capital fluminense.
Fritz Müller
Nascido em 31 de março de 1822, em Windischholzhausen, uma pequena aldeia da Turíngia, próxima a Erfurt, na Alemanha, Johann Friedrich Theodor Müller, foi um cientista e biólogo que se dedicou ao estudo da fauna e flora de Santa Catarina. Müller, que sempre foi atraído pelas Ciências Naturais, é conhecido mundialmente por ser um grande naturalista, e ter uma vasta obra científica.
Ele chegou ao Brasil em 1852, ao lado de sua esposa e da primeira de dez filhas, e estabeleceu-se como colono. Mais tarde, residiu no local onde hoje fica o museu. Nesta época, Fritz trocava observações por correspondência com renomados cientistas da época, como Charles Darwin e Ernest Haeckel. Mesmo nunca tendo se conhecido pessoalmente, os cientistas foram grandes amigos e mantiveram correspondências científicas e pessoais durante mais de 17 anos.
Fritz Müller faleceu em 21 de Maio de 1897, aos 75 anos, em Blumenau, e seus trabalhos servem de base para pesquisas científicas até os dias atuais. É lembrado também por sua honestidade, seu caráter e livre pensamento, capaz de influenciar comportamentos e ser formador de opiniões. Depois do falecimento do cientista, naturalizado cidadão brasileiro, ele já recebeu diversas homenagens póstumas tanto da comunidade, como de órgãos nacionais e veículos de imprensa.
O Museu
Fundado em 1936, o museu é resultado da necessidade de manter viva a memória e o trabalho de Fritz Müller. Atualmente, ele abriga cerca de 4 mil itens, sendo insetos, animais taxidermizados, animais conservados em meio líquido, fósseis, ossos, peles, minerais, além de pertences do biólogo e de sua família. O local é administrado pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), através da Diretoria de Educação Ambiental (Dea). Com entrada gratuita, em dias de semana, o Museu Fritz Mülller atende das 7h30 às 17h30. Já nos sábados, domingos e feriados, o atendimento é realizado das 10h às 16h.
via PMB | Texto: Jhulian Pereira e Andressa Scaburri | Foto: Eraldo Schnaider