Por Susane Bohmann
Muitas vezes, no intuito de aliviar o sofrimento de algum animal como dor, febre e tantos outros sinais de doenças, as pessoas cometem um erro grave, que é o de dar medicamento de uso humano para o animal. Poucos sabem, mas as substâncias utilizadas em medicamentos são metabolizadas de forma diferente para cada indivíduo; e de uma espécie para outra temos agravantes variações. O que o corpo humano metaboliza com facilidade pode ser extremamente tóxico para um animal e levá-lo a óbito. Mais que isso, as doses utilizadas em medicações humanas são altas para um animal, principalmente se for um animal de pequeno porte, mesmo quebrando o comprimido ao meio, por exemplo.
Entre os medicamentos veterinários também temos variantes, pois nem todos os medicamentos que são utilizados em cães podem ser utilizados em gatos, além de os felinos se intoxicarem facilmente com doses mais baixas. É sempre importante contar com a avaliação de um veterinário antes de medicar um animal, pois mesmo que o medicamento seja indicado para a espécie, fatores como peso, idade e estado de saúde interferem na dosagem e no tipo de medicamento. Doença renal e doença hepática, por exemplo, podem impedir a metabolização e a excreção adequada do medicamento e levar o animal a um quadro de intoxicação.
E quando falamos de medicamentos não podemos esquecer das plantas medicinais, pois da mesma forma que os medicamentos intoxicam, as plantas podem ser extremamente prejudiciais aos animais, dependendo do princípio ativo que as compõem. Logo, deve-se tomar muito cuidado com dicas caseiras, dicas de internet, dicas de vizinhos e colegas, que por mais que sejam bem intencionadas, podem deixar seu animal extremamente debilitado. E os cuidados se estendem não só aos medicamentos de uso oral, mas também aos de uso tópico que são absorvidos pela pele.
Quando cães e gatos são intoxicados por medicamentos, alguns sinais clínicos clássicos podem ser observados: vômito, diarreia, úlcera gástrica, falta de apetite, dor abdominal, convulsão, dificuldade respiratória e prostração intensa. A indicação, no aparecimento de qualquer um desses sinais não poderia ser outra, procure sempre um médico veterinário.
* Susane Bohmann (CRMV – SC 7779) é médica veterinária formada no Instituto Federal Catarinense (campus Araquari) e Pós-Graduanda em Oftalmologia Veterinária pela ANCLIVEPA (SP). Tem seu consultório veterinário anexo ao Pet Shop Mr. Pet’s, na Rua Gustavo Zimmermann, bairro Itoupava Central.
