O coordenador do ‘Movimento Ponta Aguda Cidadã’, Rodolfo de Souza, ocupou a tribuna nesta tarde de quinta-feira (13), para pedir apoio aos vereadores para retomarem o debate sobre o local definido pela Prefeitura de Blumenau para a nova ponte do Centro. Disse que falava em nome de todos os moradores do bairro Ponta Aguda, que estão surpresos com as decisões já tomadas pela administração.
“O estudo de impacto de vizinhança foi publicado em 5 de março, numa quarta-feira de cinzas. Em 19 de março o Conselho de Planejamento já havia aprovado. Tudo assim muito rápido”, salientou, dizendo que os moradores da Ponta Aguda vinham acompanhando os debates durante muitos anos, desde que o local para a nova ponte havia sido definido abrangendo as ruas Chile e Rodolfo Freygang, em 2011.
Ele lembra que na época todos os procedimentos legais forma cumpridos e que a Prefeitura realizou inclusive um concurso nacional para eleger o projeto arquitetônico da obra. “Tudo isso custou aos cofres públicos mais de um milhão e meio de reais”, destacou.
Rodolfo disse que os moradores não concordam com a atual proposta do governo Napoleão Bernardes (PSDB), que propôs durante a campanha eleitoral um novo local, afirmando apenas que o outro anteriormente definido estava errado. “Nem uma outra explicação houve e dizem que a justificativa é eminente técnica. Embora nenhum parecer técnico foi apresentado”.
Segundo Rodolfo, a proposta de uma ponte sobre as ruas Itajaí e Paraguai, com a construção de viadutos, além de ferir o centro histórico da cidade e a curva do rio, também desrespeita o Plano Diretor da cidade. Disse que também os estudos geológicos na rua Itajaí não foram feitos, assim como também não foram realizados estudos hidrológicos.
“Falam em viadutos em área urbana quando no mundo inteiro este tipo de obra está ultrapassada, tanto que no Rio de Janeiro e São Paulo, estas construções estão sendo implodidas”, ressaltou, mencionando ainda que os viadutos podem se transformar em depósitos de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Disse ainda que no aspecto arquitetônico o projeto lembra muito mais uma ponte de rodovia. Rodolfo disse que a nova ponte apenas tira o tráfego do Bairro Garcia e da Avenida Beira-Rio e o joga na frente das casas dos moradores da Ponta Aguda, não dando a fluidez necessária.
Ele também reclamou que na Prefeitura nunca teve respostas convincentes às indagações, que os moradores vêm fazendo frequentemente. Ressaltou que as audiências públicas são apenas consultivas e não deliberativas. “Sabemos que algo tão importante e complexo não será modificado em uma hora”, afirmou.
Ressaltou que o ‘Movimento Ponta Aguda Cidadã’ não quer um novo “trevo da Mafisa”, onde muitos recursos públicos foram aplicados e a mobilidade não existe.
Foto: Renan Olaz | Agência CamaraBlu | via Assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Blumenau