Cobertura: João Paulo Taumaturgo | Texto final: Claus Jensen
Muitos movimentos tem buscado sensibilizar a sociedade sobre os absurdos no pagamento de impostos. Além do Brasil não ter um sistema público de saúde decente, com vários problemas , o governo também exagera na cobrança dos impostos. Resultado: todos pagamos alto essa conta. Para se ter uma ideia, em média o medicamento para uso humano tem 34% de imposto, enquanto o dos animais é de 13%.
Esses e outros dados foram apresentados à população em uma ação organizada pelo ACIB Jovem, Associação Comercial e Industrial de Blumenau. O Feirão do Imposto, contou com duas tendas colocadas uma ao lado da outra, na frente da Praça do Teatro Carlos Gomes. Em nível nacional, ela é coordenada pelo CONAJE, Confederação Nacional dos jovens empresários, e no estado pela CEJESC, Conselho Estadual do Jovem e Empreendedor de SC; e também a FASCISC Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina.
Com o tema “Imposto demais, retorno de menos” o medicamento estava no foco principal dessa manifestação. O objetivo foi esclarecer quanto pagamos de impostos nos medicamentos que são produzidos para melhorar a qualidade de vida das pessoas e curar os doentes. Os vários exemplos foram mostrados através de ilustrações em bonecos, com percentual médio e item de saúde.
Você imagina quanto paga o fabricante de termômetro paga para o governo? São 39% de imposto! O Rivotril 38%, anticoncepcionais 28%, desfibrilador 35%, muleta 40%, maca 34%, e assim por diante. Além dos produtos relacionados à saúde, não dá para esquecer que a casa popular tem 48%, automóvel 37%, microondas 74%, tênis 59%, gasolina 53%, brinquedo 40%, etc …
O João Paulo Taumaturgo esteve no evento e conversou com Ana Bilbao, Coordenadora do Núcleo da Jovem da ACIB, e uma das organizadoras do evento.
OBlumenauense: Todo ano a ACIB Jovem promove essa ação de conscientização através do feirão de imposto. Qual o diferencial em 2015?
Ana Bilbao: O Feirão do Imposto é uma ação nacional, e como parceiros do CEJESC, queremos mostrar não só que o imposto é alto e torna o medicamento caro. Mas que quando a população busca isso na saúde pública, acaba onerando mais o sistema, aumentam os impostos e vira um ciclo sem fim. Nós não pregamos a redução dos impostos, mas sim o bom uso deles. Se for bem utilizado, inclusive com a prevenção e outras formas, não vamos precisar que a população busque esse medicamento depois. A questão da conscientização é muito importante, para saber o que estamos pagando, para que assim possamos cobrar do governo, coisa que nós fazemos muito pouco.
OBlumenauense: Como tem sido a reação das pessoas quando percebem o quanto pago de imposto nos medicamentos?
Ana Bilbao: Falar de imposto hoje não é difícil, porque o assunto está em voga e as pessoas estão preocupadas, vendo o que está acontecendo na política. Não precisamos abordar, elas já vem direto para ver a informação e perguntar. Nós já estamos fazendo isso há 14 anos. Quando começamos com o feirão a primeira pergunta foi: “Você paga imposto?”. A resposta era negativa. Assim pudemos mostrar o quanto esse imposta está desde uma garrafinha de água até o medicamento. Hoje as pessoas já têm mais consciência, por isso sentimos que o nosso objetivo foi atingido.